A concessão do Quartel da Graça, em Lisboa, vai ser entregue ao grupo Sana, no âmbito do programa Revive, estando previsto um investimento de 30 milhões de euros, para a instalação de um hotel, foi esta sexta-feira anunciado.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910, o imóvel será concessionado por um período de 50 anos para a instalação de um hotel de 5 estrelas, correspondendo a uma renda anual de 1,79 milhões de euros, segundo explicam, em comunicado, os ministérios da Economia e da Cultura.

A tutela refere que o investimento estimado para a instalação do hotel, que contará com 120 quartos, é de 30 milhões de euros, estando a abertura prevista para o final de 2022. A concessão não inclui a área da igreja nem o respetivo jardim, estando igualmente fora do âmbito do concurso o Jardim da Cerca da Graça. O concurso estabelece também que o concessionário ficará responsável por construir os espaços que vão acolher as capelas mortuárias de apoio à igreja.

Com a conclusão do processo de concessão do Quartel da Graça passam a ser 10 os imóveis adjudicados ao abrigo do programa Revive, representando um investimento de 100 milhões de euros.

Citado no comunicado, o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinha que a “adjudicação do concurso relativo ao Quartel da Graça demonstra que o programa Revive torna possível dar novo uso ao património público”. “Este imóvel será um fator de geração de riqueza e de criação de emprego na cidade de Lisboa”, sublinhou o governante.

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Por seu turno, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, destacou o facto de o Quartel da Graça ser “um dos mais importantes edifícios associados à muralha fernandina”. “Mais uma vez destacamos a aliança entre a recuperação do património e a necessidade de dinamizarmos investimento para imóveis que devem, no futuro, desafiar-nos para garantirmos maior diversidade na oferta de espaços de criação cultural”, apontou.

O Quartel da Graça foi fundado, enquanto Convento da Graça, no século XIII, pela Ordem dos Agostinhos Eremitas, tendo sido reedificado no século XVI e restaurado após o terramoto de 1755. Com a extinção das ordens religiosas, em 1834, foi ocupado pelo exército, passando aí a designar-se como Quartel da Graça. A igreja, a sacristia e a casa do capítulo foram entregues à Irmandade do Senhor dos Passos. Nos últimos anos, o quartel acolheu serviços da GNR e do Exército.

No âmbito do programa Revive foram lançados, até ao momento, concursos relativos a 19 imóveis. Atualmente, estão abertos os concursos para a concessão do Mosteiro de Lorvão, no concelho de Penacova (Coimbra), do Forte da Ínsua, em Caminha (Viana do Castelo), do Mosteiro de São Salvador de Travanca, em Amarante (Porto) e do Paço Real de Caxias, em Oeiras (Lisboa).