O Governo britânico vai gastar “dezenas de milhões de euros” com a escola bilingue anglo-portuguesa de Londres, disse esta segunda-feira o subsecretário de Estado da Educação, Theodore Agnew.

“Foi uma transação complicada. Abrir uma escola no centro de Londres custa dezenas de milhões de libras, é um grande compromisso”, admitiu à agência Lusa na embaixada de Portugal em Londres, onde foi formalmente apresentado o projeto esta noite.

Uma grande parte do investimento foi na aquisição do edifício, na zona de Wandsworth, no sul da capital britânica, mas o Governo britânico também vai financiar obras de adaptação e o posterior funcionamento como escola pública. Enquanto escola independente, tem autonomia na gestão, nomeadamente de horários e currículo, mas os custos são suportados pelo Estado britânico.

Além dos laços históricos que ligam os dois países, Agnew disse que a escola contribui para o objetivo de o Reino Unido investir mais no ensino de línguas estrangeiras, nomeadamente da Europa. “Acredito genuinamente que no pós-‘Brexit’ precisamos de mostrar que ainda estamos ligados emocionalmente e culturalmente à Europa”, vincou.

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Embora não tenha estado na cerimónia por motivos de agenda, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, mostrou-se confiante no sucesso do projeto, em declarações esta manhã durante uma visita ao consulado-geral de Londres. “Estou certo de que quando as inscrições abrirem os pais portugueses e ou de outras nacionalidades que queiram que os seus filhos aprendam ao mesmo tempo em português e em inglês responderão positivamente”, disse à Lusa.

Esta segunda-feira também foi assinado em Londres um protocolo de cooperação com o governo de Jersey para promover o ensino da língua portuguesa na ilha onde vivem cerca de 10 mil portugueses, cerca de 10% da população total. Atualmente estudam língua portuguesa 600 crianças nos ensinos primário e secundário em Jersey.

Segundo o presidente do Camões — Instituto da Cooperação e da Língua, Luís Faro Ramos, este protocolo permite “dar continuidade ao projeto por garantir condições melhores” para os quatro docentes do instituto na ilha. Por outro lado, permite também alargar o ensino a professores e funcionários locais, havendo já 21 inscrições, acrescentou Luís Faro Ramos.