O deputado do PSD Carlos Peixoto, eleito pelo círculo eleitoral da Guarda, questionou o Governo sobre assuntos relacionados com os dois hospitais daquele distrito e com o centro de saúde de Seia, foi esta terça-feira anunciado.

Carlos Peixoto questionou a ministra da Saúde, através da Assembleia da República, sobre vários problemas de uma área que, afirma, “está moribunda”.

Segundo o deputado, “a miséria e a agonia grassam no setor e só quem não tem noção da realidade não assume que urge adotar-se medidas de emergência”.

No documento, Carlos Peixoto sublinha que os últimos dados conhecidos e publicados indicam que os tempos de espera para uma consulta prioritária externa de cardiologia no hospital da Guarda “era de 500 dias (cerca de um ano e meio)” e de “1.169 dias (quase três anos) para uma consulta normal”.

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No hospital de Seia, o cenário “é ainda mais calamitoso”, de acordo com o social-democrata.

O banco de cirurgias, totalmente equipado, está parcialmente desaproveitado e já se perderam recentemente as especialidades de urologia e pneumologia (outrora em funcionamento), esvaziando-se uma estrutura que é vital para acudir uma população envelhecida e necessitada”, relata.

No concelho de Seia “há 9.000 pessoas sem médico de família e o centro de saúde local, fisicamente degradado e disfuncional, está a rebentar pelas costuras, arriscando ficar sem médicos num curtíssimo prazo e até a fechar portas”, acrescenta.

“Por mais floreados e ilusões que se vendam, o panorama só se inverte com a contratação de médicos. Se os concursos abertos, sempre insuficientes e muito espaçados no tempo, ficam vagos, o Governo tem a obrigação de permitir que a Unidade Local de Saúde [da Guarda] contrate profissionais diretamente, dotando-a dos adequados meios financeiros”, sugere.

O deputado quer também saber se “está ou não o Governo disponível para dotar a Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda dos meios financeiros adequados para contratar diretamente médicos para as especialidades que têm uma enorme carência desses profissionais”.

Está ou não o Governo apostado em não continuar a esvaziar o hospital de Seia de mais valências e, em caso afirmativo, que medidas pensa adotar para evitar uma proscrição ainda maior?”, acrescenta.

Carlos Peixoto pergunta também se “pensa o Governo alterar o modelo de gestão do hospital de Seia, separando-o do hospital da Guarda e conferindo-lhe a autonomia que agora não tem, como defende o município socialista de Seia”, e “que posição tem o Governo sobre as obras de requalificação do centro de saúde”.

O deputado pretende ainda saber “que estratégia ou ideias tem o Governo sobre o posicionamento da ULS da Guarda relativamente ao Centro Hospital da Cova da Beira e ao Hospital de Viseu, isto é, que papel pretende reservar-lhe no panorama regional”.