A maior manifestação no Chile desde a queda do ditador Augusto Pinochet em 1990 juntou na sexta-feira mais de um milhão de pessoas na capital, quando passa uma semana de protestos contra a desigualdade social.

Apesar de a concentração na imensa Praça Itália, ponto nevrálgico da maior onda de protestos da história democrática do Chile, estar marcada para as 17:00 locais (21:00 de Lisboa), meia hora antes já estava abarrotada e muitos milhares ficavam nas avenidas próximas sem possibilidade de lá entrarem.

Cerca de uma hora depois do início, a concentração reunia mais de um milhão de pessoas, segundo as estimativas da Polícia Metropolitana, e continuavam a chegar pessoas aos locais envolventes da praça.

A saída do Presidente do país, Sebastián Piñera, é uma das principais exigências dos manifestantes, por causa da repressão e violações de direitos humanos por parte das forças da ordem contra os manifestantes nos dias anteriores.

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Os manifestantes são também motivados pela consideração de insuficiência do conjunto de medidas que Piñera propôs, para responder às exigências de subida das pensões e salários e preços mais justos para eletricidade, gás, educação universitária e serviços de saúde.

Os protestos e a sua repressão já provocaram 19 mortos, pelo menos 600 feridos e seis mil detidos.

Esta onda de contestação acontece quando o país se prepara para receber importantes reuniões internacionais.

Dentro de três semanas, está marcada a cimeira do Fórum Económico Ásia-Pacífico, que deve contar os presidentes da China, dos EUA e da Federação Russa.

Para dentro de um mês, está marcada a final da Taça dos Libertadores, em futebol, enquanto a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da ONU sobre as alterações climáticas está prevista para dezembro.