Há um relatório sobre a interferência russa durante todo o processo antes do referendo do Brexit de 23 de junho de 2016. São 50 páginas de um dossier do Comité de Inteligência e Segurança, que estão em Downing Street desde 17 de outubro, mas o governo britânico já disse que só vai aprovar a publicação do documento depois da dissolução do parlamento, ou seja, depois das eleições de 12 de dezembro, de acordo com o The Guardian.
Dominic Grieve, presidente do comité já disse que a decisão do nº10 de Downing Street era de fazer “cair o queixo” e que não há motivos para que o governo tenha tomado essa posição. Os membros do Partido Trabalhista e do Partido Nacional Escocês acusam o executivo de Boris Johnson de se recusar a reconhecer o nível de interferência russa no processo. O relatório analisa as hipóteses de algumas iniciativas, que tiveram o patrocínio do Kremlin, terem contribuído para distorcer o resultado do referendo.
De acordo com a imprensa britânica, a publicação do relatório permitiria fazer recomendações e introduzir algumas alterações de salvaguarda ao processo eleitoral de dezembro. Alegadamente, antes do referendo, o dinheiro terá chegado a membros do partido conservador através de emigrantes russos a viver no Reino Unido por meio de “generosas doações”.
Um dos exemplos, de 2014, está relacionado com a mulher de um ex-governante russo, um dos braços direitos de Putin. Lubov Chernukhin terá pago 160 mil libras para jogar ténis com Boris Johnson e David Cameron durante um leilão de festas de verão dos conservadores.