As administrações dda FCA e PSA aprovaram o avanço das negociações rumo à fusão, mas ainda falta ultrapassar muitos obstáculos que certamente surgirão no caminho. O destaque vai para as possíveis imposições que Itália, França e EUA deverão apresentar. E, se os italianos não parecem ter grande poder negocial, já o mesmo não acontece com os franceses, que possuem 13,68% da PSA, ou o Governo americano, uma vez que a Chrysler foi salva pela entrada da Fiat mas igualmente pelo fundo de pensões da Chrysler, convertido em 41,5% do capital, entretanto já resgatado.
Depois de ter já prometido que não iriam fechar fábricas, o que não deverá incluir as localizadas no Reino Unido, caso o Brexit avance, Tavares veio agora a público assegurar que todas as marcas vão sobreviver à fusão. E são muitas, pois à Peugeot, Opel/Vauxhall, Citroën e DS, todas elas da PSA, juntar-se-ão os emblemas da FCA, da componente americana formada pela Jeep, Dodge, Ram e Chrysler, à italiana, da Fiat à Alfa Romeo, passando pela Maserati e pela Lancia.
Todas estas promessas visam tranquilizar Governos e trabalhadores, mas a realidade é que, após a fusão, o grupo vai produzir 8,7 milhões de veículos por ano e, para atingir a viabilidade prometida aos accionistas da PSA e FCA, tem de reduzir os custos em 3,7 mil milhões de euros, que não irão desaparecer apenas por magia.
Carlos Tavares já tem reputação de mágico, após a forma como interrompeu 15 anos de prejuízo na Opel/Vauxhall, enquanto membro da GM, depois de a ter integrado na PSA. Mas a dimensão das poupanças envolvidas na fusão franco-ítalo-americana vai decididamente colocar à prova o génio do gestor português. Segundo ele, para que a fusão esteja completamente aprovada e em vigor dentro de um ano, vai ter de ser assinado um compromisso firme entre as duas partes nas próximas semanas.