A plantação de florestas em África para responder à crescente procura mundial por madeira, mas de forma a criar riqueza a nível local e sem prejudicar o ambiente, vai estar esta segunda e quarta-feira em debate, em Maputo.

A iniciativa é do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla inglesa) e da empresa Portucel Moçambique (parte da portuguesa Navigator), que tem em curso um projeto de plantação florestal para produção industrial de pasta de papel no centro do país, envolvendo as comunidades.

“Um desenvolvimento florestal sustentável em África deve conciliar a prosperidade económica e social com a resiliência ambiental”, defendem os promotores em comunicado.

A procura por madeira em todo o mundo, recordam, “deverá triplicar até 2050, pressionando mais as florestas naturais e os meios de subsistência das comunidades rurais”.

Ainda assim, face a este cenário, “as plantações podem desempenhar um papel positivo na resposta à procura global se forem geridas de maneira ambiental e socialmente responsável e se não substituírem as florestas naturais”.

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O debate de dois dias enquadra-se no encontro anual da plataforma New Generation Plantation (NGP), fundada pelo WWF, sob o lema “Prosperidade Social e Gestão Sustentável da Paisagem Rural” e visa disseminar boas práticas.

No caso, a Portucel apresenta o seu projeto em Moçambique como um conjunto de “plantações sustentáveis que apoiam a prosperidade rural, numa abordagem inclusiva e partilhada” com a população das províncias de Manica e Zambézia, no centro do país, referiu João Lé, diretor executivo da Portucel, um dos participantes na sessão de hoje.

O encontro deverá juntar também banqueiros para discutirem formas de aprofundar o investimento comercial no setor florestal em África, além de serem apresentados projetos considerados inovadores do Uganda, Gana e África do Sul.