Christine Lagarde, desde outubro deste ano presidente do Banco Central Europeu (BCE) e até então diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi até 2005 sócia do gigante internacional de advocacia Baker & McKenzie (BM), altura em que saiu para assumir o cargo de ministra do Comércio Exterior do governo de Dominique Villepin — esta parte do currículo da francesa, de 63 anos, já era conhecida. A notícia: na mesma altura, entre 2003 e 2005, revela esta sexta-feira o espanhol El País, Lagarde foi também conselheira de duas filiais da empresa-mãe, ambas sediadas em países à data considerados paraísos fiscais, uma nas Bermudas, outra em Singapura.

Nas Bermudas, Lagarde foi conselheira da Law in Context Ltd, uma holding da Baker & McKenzie com sede em Hamilton, capital das ilhas, no Atlântico Norte.  Até maio de 2019, explica também o jornal espanhol, as Bermudas foram consideradas um paraíso fiscal pela União Europeia. Singapura, onde em 2003 a BM fundou a Law in Context Pte Ltd, ainda faz parte dessa lista de paraísos fiscais — só já não está protegida pelo sigilo bancário, como então acontecia. A advogada francesa também foi conselheira desta subsidiária, que difundia informação sobre leis e regulamentos em diferentes países aos clientes através da Internet.

Contactada pelo El País, a BM garantiu que ambas as subsidiárias observaram sempre todas as leis dos países onde se sediavam.

Aquando do escândalo dos Panama Papers, Christine Lagarde, então líder do FMI, criticou duramente os subterfúgios das multinacionais para fintarem o pagamento de impostos: “A evasão fiscal provoca uma maior dívida pública e menor investimento em educação, saúde e outros serviços”.

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