O dia 25 de novembro foi o dia escolhido por Nuno Melo e Telmo Correia para, simbolicamente, apresentarem as linhas gerais da Moção de Estratégia Global que vão levar ao congresso de janeiro, onde o CDS vai escolher um novo líder. Chama-se “Direita Autêntica” e já tem página nas redes sociais. O lema, lê-se, é assumir a identidade do CDS: “Conservador e de direita”.

“A Moção Direita Autêntica é apresentada por um conjunto de subscritores, de norte a sul do país, com uma intenção comum de fazer com que o CDS ultrapasse um dos momentos mais difíceis da sua história e reencontre o caminho do crescimento e afirmação. Para nós mais do que uma reflexão à volta de correntes internas ou do posicionamento do partido, o que temos que fazer é, com autenticidade e sem ter medo das palavras ou dos conceitos, assumir de forma autêntica o que somos: um partido de Direita, sem receios, dúvidas, ou hesitações! Ou seja, assumir a nossa identidade mais profunda e aquela que nos une a todos: um CDS Conservador e de Direita — é o que somos”, lê-se na primeira publicação da página, assinada pelos dois primeiros subscritores da moção, o eurodeputado Nuno Melo e o atual deputado Telmo Correia.

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Esta segunda-feira, dia do lançamento da página, surgiu outra publicação assinada apenas por Nuno Melo onde se acrescenta que “nenhum outro partido é o que só o CDS representa”.  “Precisamente por isso, um conjunto alargado de militantes, autarcas e dirigentes, pretende discutir este futuro através de uma Moção — Direita Autêntica —, que será tudo aquilo que os congressistas pretendam dela”, lê-se, não esclarecendo no entanto se a moção conterá ou não uma candidatura à liderança do partido.

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Certo é que Nuno Melo, que saiu derrotado nas europeias de maio passado, tem rejeitado sempre a hipótese de avançar com uma candidatura à liderança. Em outubro, o eurodeputado pôs-se de parte e afirmou mesmo que o líder do CDS devia ter assento na Assembleia da República para conseguir ter maior destaque e visibilidade no confronto com o primeiro-ministro. Na altura, em declarações à agência Lusa, Nuno Melo afirmava que, na “atual conjuntura difícil” do partido, saída das legislativas, o futuro líder terá de poder “enfrentar o primeiro-ministro” nos debates quinzenais e “medir talentos” no Parlamento, que agora tem deputados de dois partidos próximos “da área” do CDS, Iniciativa Liberal e Chega.

Em todo o caso, é possível apresentar, em congresso, uma moção de estratégia global, onde se define o caminho que o partido deve seguir, sem com isso apresentar uma candidatura à liderança. As moções vão a votos, seguindo-se depois a votação dos candidatos aos órgãos nacionais. Acontece que, por norma, a moção mais votada costuma ser a moção do líder centrista.

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“Simbolicamente, esta página nasce e é lançada no dia 25 de Novembro de 2019”, lê-se ainda na publicação, onde se defende que “o CDS esteve sempre do lado certo da democracia”. “Nascido em 1974, o CDS lutou contra os que queriam uma ditadura de esquerda para Portugal e votou contra uma Constituição que programaticamente impunha o todos o caminho para o socialismo”, lê-se.

A divulgação da página “Direita Autêntica” acontece no mesmo dia em que Filipe Lobo d’Ávila anunciou formalmente que era candidato à liderança do CDS caso a sua moção fosse a mais votada no congresso. João Almeida, atual deputado, também anunciou este sábado a sua candidatura, havendo ainda mais dois candidatos: Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento, e ainda Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo. Já o líder da JP, Francisco Rodrigues dos Santos, também anunciou que vai apresentar uma moção de estratégia em nome próprio, mas não esclareceu se admite concorrer.