Uma subsidiária do grupo Samsung concordou pagar 75 milhões de dólares (cerca de 70 milhões de euros), num acordo judicial com os EUA num caso de suborno a funcionários da brasileira Petrobras, informou no domingo o Governo norte-americano.

A Samsung Heavy Industries, construtora de navios do grupo sul-coreano Samsung, chegou a acordo com o Departamento de Justiça dos EUA para encerrar um caso de subornos milionários, investigado no estado da Virgínia.

Como parte do pacto, a subsidiária da Samsung pagará 75,4 milhões de dólares (cerca de 70 milhões de euros), dos quais metade será destinada aos cofres dos EUA, enquanto a outra parte deve ser paga às autoridades brasileiras, pelo envolvimento de funcionários da empresa petrolífera Petrobras.

“A Samsung Heavy Industries pagou milhões de dólares a um intermediário brasileiro, sabendo que o dinheiro seria usado para subornar os executivos seniores da Petrobras e para conseguir um lucrativo contrato de construção naval”, disse o vice-procurador-geral Brian Benczkowski, numa declaração.

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O procurador disse que o acordo conseguido representa o esforço feito pelo Departamento de Justiça com agentes estrangeiros contra conspirações com ramificações internacionais.

De acordo com os EUA, a Samsung Heavy Industries fez pagamentos a um intermediário no Brasil, entre 2007 e 2013, apesar de saber que parte desse dinheiro seria usado para subornar funcionários da Petrobras, uma empresa controlada pelo Estado brasileiro, para obter vantagens comerciais.

Os subornos também serviram para a Petrobras assinar um contrato para fretar um navio de perfuração de petróleo bruto que a Samsung Heavy Industries iria vender a uma empresa, com sede em Houston (Texas), dedicada à extração de petróleo.

Com a entrada da Petrobras no contrato, foi permitido que o construtor de navios sul-coreano (que tinha um escritório em território norte-americano) envolvido nos subornos, executasse a venda daquela embarcação.

A Petrobras tem estado envolvida, há vários anos, num ambicioso programa de venda de ativos, a fim de reverter a grave crise económica decorrente de escândalos de corrupção (como o caso Lavajato) e a queda substancial nos preços do petróleo.