Foi falado antes do fecho do mercado, foi falado quase semanalmente depois do fecho do mercado mas, na verdade, resumiu-se a um par de reuniões entre Frederico Varandas, presidente do Sporting, e Miguel Pinho, empresário de Bruno Fernandes, com o jogador a ser mantido ao corrente de tudo. E teve hoje o desfecho mais do que esperado por todas as partes: o médio renovou contrato com os leões, que na verdade foi uma atualização salarial.

Reconhecendo a importância do internacional português no plantel, e ainda antes de ver recusada a única proposta formal que foi apresentada por um clube este verão (neste caso, o Tottenham), a SAD verde e branca já tinha falado com o jogador no sentido de poder haver um ajuste em termos salariais tendo em conta o peso no balneário e ainda a condição de capitão da equipa. Assim, e de acordo com informações recolhidas, o número 8 passará dos atuais 1,2 milhões de euros líquidos por época (cerca de 2,4 milhões brutos) para dois milhões de euros líquidos.

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No entanto, e apesar dessa revisão salarial, Bruno Fernandes continuará com um contrato válido até 2023 (mais um ano do que o primeiro vínculo que assinou pelo Sporting em 2017 e que viria a rescindir de forma unilateral), com a cláusula de rescisão nos 100 milhões. Em paralelo, e mesmo que seja vendido no mercado de inverno ou na próxima janela de transferências no verão, nada se altera em relação à distribuição do valor recebido por essa transferência: 30% irá para a banca, como ficou acordado na recente reestruturação financeira anunciada à CMVM; 10% para a Sampdória, que ficou com essa parte do passe; e 10% para os agentes/intermediários.

Bruno Fernandes, que na temporada transata marcou 32 golos em 53 jogos, leva esta época um total de 17 partidas entre Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga, Liga Europa e Supertaça, com nove golos apontados. Esteve ainda em seis encontros da qualificação para o Campeonato da Europa de seleções de 2020, marcando o primeiro golo da decisiva vitória de Portugal frente ao Luxemburgo na última jornada.

Em setembro, Frederico Varandas não só tinha antecipado este cenário de renovação como esclareceu também a única proposta pelo passe do médio que existiu no verão. “Vai ver revisto o seu contrato porque merece. Merece que sejam revistas as suas condições, até para ser um exemplo para todos os outros. É assim que funciono. É uma função sempre de win-win, se me derem, eu dou. Estamos todos alinhados: empresário, jogador e Sporting. Tivemos propostas, muitas sondagens, mas a única oferta séria foi de 45 milhões do Tottenham, mais 20 milhões por objetivos que era eles vencerem a Premier League e a Champions”, referiu em entrevista.

“Depois de ter recusado a proposta do Tottenham, no dia seguinte, vim à Academia explicar-lhe porque recusei a oferta e dizer-lhe que tinha de ficar aqui até ao final do mercado caso não surgisse outra proposta. Compreendeu perfeitamente. Isto não implica que desista dos seus sonhos. Quero jogadores com ambição de ir para a Premier Legue, que queiram ganhar a Champions, que queiram ir para o Real Madrid. Quero isso mas o Bruno também percebeu que o valor que davam ao Sporting não era um valor justo e nisso, por melhor relação que tenha com um treinador ou um jogador, nunca vou pôr essa relação à frente dos interesses do clube”, acrescentou.

“Para mim é um orgulho e é o reconhecimento do meu trabalho, é sinal que estou a fazer as coisas bem. Tenho tentado ao máximo fazer aquilo que é o melhor para o clube. É por aquilo que fiz dentro de campo mas fora também demonstrei gostar do Sporting e ter orgulho em representar o clube que represento. Para mim é, e sempre será, um privilégio estar aqui e poder vestir a camisola do Sporting”, comentou Bruno Fernandes ao jornal do clube. “Podem esperar mais e melhor. Prometo a mesma entrega e a mesma dedicação para podermos ter mais momentos de glória como tivemos na temporada passada”, acrescentou.

Em paralelo, o médio comentou ainda a nomeação para a lista de 50 nomes que concorrem ao 11 do ano em 2019 da UEFA. “É um motivo de orgulho. É gratificante, até porque sabemos o difícil que é, sobretudo por jogar no campeonato português que tem menor visibilidade. É um orgulho e uma honra estar entre os melhores, estar associado a grandes jogadores e estar perto do Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva”, referiu.