O presidente da Assembleia da República pediu esta manhã à Secretaria-geral do Parlamento para apurar o que se passou na terça-feira à tarde com a deputada do Livre, Joacine Katar Moreira, e a conclusão foi uma: o que aconteceu não devia ter acontecido e não vai voltar a acontecer. “Os serviços de segurança não deviam ter disponibilizado um elemento para acompanhar a deputada porque não estava em causa a sua segurança física. Não devia ter acontecido“, diz ao Observador Albino de Azevedo Soares, secretário-geral da Assembleia da República.

Na sequência do episódio em que a única deputada eleita pelo Livre foi escoltada por um segurança, no Parlamento, para evitar as perguntas de duas equipas de televisão (RTP e SIC), o secretário-geral falou “com o chefe de segurança que explicou que ontem [terça-feira] uma deputada, através do seu chefe de gabinete, pediu para ser acompanhada por um elemento da segurança e para este dar a indicação aos jornalistas que a deputada não queria prestar declarações“.

Joacine escoltada por GNR no parlamento. “Não há outra forma” de poder trabalhar, com “interrupções constantes” de jornalistas, diz assessor

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A deputada tinha acabado de dar uma entrevista ao canal internacional Al Jazeera e quando saiu da sala no Parlamento percebeu que estavam jornalistas à espera para recolher reações sobre o momento conturbado que o partido Livre vive nesta fase. “Nunca sucedeu” um pedido desta natureza, explica Albino de Azevedo Soares que acrescenta que disse aos serviços de segurança que “não se deve fazer outra vez. Para o futuro, esta situação fica resolvida”.

“Os jornalistas podem falar com os deputados quando querem e aquele é um lugar autorizado”, argumentou ainda o secretário-geral que define que “os serviços de segurança só devem intervir em situações em que esteja em causa a segurança física das pessoas”.

Ouça aqui as explicações do assessor de Joacine Katar Moreira, à Rádio Observador.

Assessor de Joacine queixa-se de “interrupções constantes” no Parlamento. Ouça aqui a entrevista