No início de 2018, o juiz Rui Rangel foi questionado pela Polícia Judiciária, no âmbito da Operação Lex, e os seus dois telemóveis foram apreendidos, mas só agora se conhece em mais detalhe o respetivo conteúdo. A informação entretanto analisada por peritos da Europol — já que a PJ não tem na sua posse o software necessário para recuperar mensagens apagadas ou para desbloquear os aparelhos — pode levar à constituição de novos arguidos, avança este sábado o jornal Expresso.
11 perguntas sobre o caso Rui Rangel. O que pode a Justiça fazer?
Rangel e a ex-mulher Fátima Galante são dois dos 14 arguidos da Operação Lex. Entre eles, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares, e ainda João Rodrigues, advogado e ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol.
Entre a informação recolhida através dos telemóveis de Rangel estão escutas telefónicas que indicam a possibilidade de terem sido cometidos crimes de tráfico de influência, eventualmente relacionados com outras pessoas que ainda não estão na lista dos arguidos. A investigação está em curso e não deverá terminar antes do final deste ano, motivo que terá levado o Conselho Superior da Magistratura (CSM) a expulsar Rui Rangel, ao aplicar-lhe a pena disciplinar mais pesada.
No início desta semana, o CSM aplicou uma pena de demissão ao juiz desembargador Rui Rangel, no âmbito do processo disciplinar aberto na sequência da investigação já referida. É a pena disciplinar mais grave de uma lista de sete possíveis, previstas no Estatuto dos Magistrados Judiciais. Quanto à juíza Fátima Galante, também arguida, foi condenada à pena de aposentação compulsiva — a segunda pena mais grave, tal como já antes explicou o Observador.