Uma operação de buscas a um apartamento de um suspeito de pornografia infantil transformou-se naquilo que os jornais alemães já apelidaram de “milagre de Natal”: escondido dentro de um armário estava Marvin K, um jovem de 15 anos que estava desaparecido desde 2017. Foi encontrado com a mesma roupa que usava no dia do desaparecimento. Aconteceu na passada sexta-feira, em Recklinghausen, uma cidade na zona oeste da Alemanha —  apenas a oito quilómetros do local onde o menor foi visto pela última vez. 

Os agentes da polícia encontraram um rapaz num armário. A investigação revelou que se tratava de um rapaz de 15 anos que estava desaparecido há muito tempo”, anunciou a polícia de Recklinghausen em comunicado.

Marvin K, natural de Duisburg, foi viver para uma casa de acolhimento na cidade de Oer-Erkenschwick, depois da morte do pai. Na manhã de 11 de junho de 2017, saiu para se encontrar com os seus amigos no centro da cidade e nunca mais regressou. Enviou uma última mensagem pelo WhatsApp às 11h37, antes de o seu telemóvel ter sido desligado para sempre.

Dois anos e meio depois, foi encontrado por acaso. Às 7h00 da manhã de sexta-feira, equipada com cães pisteiros, a polícia visitou a casa de Lars H, homem de 44 anos e suspeito de distribuir pornografia infantil. Dentro do apartamento, encontraram sacos de lixo cheios de fraldas usadas. O cheiro a urina era tão intenso que os investigadores tiveram de usar máscaras para realizar as buscas.

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Depois, dentro do armário, encontraram Marvin K. De acordo com a polícia, citada pelo jornal alemão The Münchner Merkur, não foram recolhidos indícios de que o jovem de 15 anos tivesse sido mantido contra a sua vontade no apartamento. Marvin K não apresentava ferimentos, mas foi hospitalizado. Encontra-se, ainda, sob a proteção da polícia — que não revela dados adicionais sobre o jovem.

O jovem já se reencontrou, entretanto, com a mãe — com quem pôde estar durante apenas dez minutos e a quem revelou que esteve “trancado durante dois anos e meio” e “sem conseguir respirar ar fresco”.

Ele segurou-me com muita força e começou a tremer. Disse: ‘Mãe, leva-me para casa’. Ele estava a usar as mesmas roupas que usava no dia em que desapareceu. Chorámos os dois. Ele agarrou a minha mão e não a largou”, contou ao Daily Mail.

Na sequência das buscas, o homem de 44 anos a quem pertencia a casa e o seu pai, de 77 anos, foram detidos. Presentes a tribunal no sábado, o juiz decidiu manter o principal suspeito preso e libertar o pai. Foram apreendidos vários equipamentos eletrónicos e aparelhos de armazenamento de dados que serão, agora, alvo de perícias.