Nenhum título, duas finais perdidas e oitavo lugar na Premier League em 2015/16. Nenhum título e quarto lugar na Premier League em 2016/17. Nenhum título, uma final perdida da Champions, quarto lugar na Premier League em 2017/18. O futebol rock & roll do Liverpool podia estar gradualmente a crescer mas o início da era Jürgen Klopp teve tudo menos sucessos coletivos nos primeiros anos. De repente, a equipa ganhou a Liga dos Campeões, em 2019, juntando depois a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes – com um amargo segundo lugar na Premier League pelo meio, fazendo 97 pontos e sofrendo apenas uma derrota em 38 jogos. E agora fez da liga inglesa um autêntico passeio, dobrando ano com 13 pontos de avanço sobre o segundo classificado. Onde estão os segredos da melhor equipa da atualidade? É aqui que recuamos à palestra de 2015 e uma contratação em 2016.
???? Jurgen Klopp in 2019:
???? 57 Games
✅ 45 Wins
???? 7 Draws
❌ 5 Defeats???? Champions League
???? UEFA Super Cup
???? Club World Cup???? Now named @Globe_Soccer Manager of the Year. pic.twitter.com/TZybvC2r7F
— SPORF (@Sporf) January 1, 2020
Como recordava o Independent após a vitória dos ingleses frente ao Flamengo, o treinador alemão juntou toda a equipa e restante staff do clube numa primeira grande reunião a meio de outubro de 2015 na sala de conferências de imprensa em Melwood e desenhou a palavra TEAM com uma explicação para cada uma das letras: Terrible to play against [Terríveis para jogar contra], Enthusiastic to meet challenges [Entusiásticos para receberem desafios], Ambitious every day [Ambiciosos todos os dias] e Mentally strong machines [Mentalmente máquinas fortes]. Assim, dizia Klopp, todos iriam “escrever história juntos”. E a profecia cumpriu-se mesmo.
https://twitter.com/boardmanburner/status/1212384935388024832
Mas faltava ainda qualquer coisa, que chegou no verão seguinte: alguém que pudesse acabar de vez com o elevado número de lesões da equipa. E é aqui que entra a contratação secundária mas que se tornou principal com o tempo. Andreas Kornmayer, antigo preparador do Bayern que encantara Klopp na temporada 2012/13 em que o técnico perdeu a final da Liga dos Campeões frente a um conjunto bávaro que ganhou tudo, deixou-se convencer pelo projeto que estava a ser construído em Anfield Road e mudou-se para o Liverpool. “É uma espécie de sargento mau aqui e tem de ser. Nós decidimos o que ele tem de fazer e ele aconselha-nos nas áreas específicas que temos de melhorar”, explicou citado pelo Liverpool Echo, continuando: “Penso que a maior força das pessoas fortes é ter a capacidade de se rodear de pessoas ainda mais fortes em alguns aspetos específicos”.
When Klopp first joined, @JamesMilner reveals in his book that the players didn’t like the food under the previous manager so Klopp’s short term fix was Nandos (yes, Nandos) until Mona Nemmer arrived in the summer as the nutritionist. pic.twitter.com/cAxgdj8R2l
— The Anfield Talk (@TheAnfieldTalk) December 31, 2019
Foi assim que nasceu o atual Liverpool, um “fu**** mentality monster” – uma das expressões de Klopp mais gosta de ver associada à equipa. Os reds têm um dos melhores guarda-redes do mundo (Alisson), dois dos laterais que mais de têm destacado no plano europeu (Alexander-Arnold e Robertson), o melhor central da atualidade (Van Dijk) e três dos avançados mais em voga da Premier League (Salah, Mané e Firmino, que só não são mais cobiçados ainda pelas elevadas quantias que teriam de ser gastas para saírem). E têm, em paralelo, um dos treinadores mais aclamados do mundo. Mas têm, sobretudo, um conjunto que se tornou um verdadeiro monstro.
Tonight’s win means that Liverpool are unbeaten in the Premier League for a full calendar year.
They last lost to Man City on January 3rd 2019.
More here ➡️ https://t.co/OwfrHxnZ7E#bbcfootball #LFC pic.twitter.com/DSsRimdBMO
— Match of the Day (@BBCMOTD) January 2, 2020
A 21.ª jornada da liga inglesa voltou a ser a prova disso mesmo: sem grandes alterações nas opções iniciais a não ser as habituais mexidas no meio-campo mediante aquilo que seja pretendido contra cada adversário em específico, o que mostra bem a saúde física desta máquina, o Liverpool recebeu e venceu o Sheffield United (uma das maiores sensações da Premier League até ao momento) por 2-0 com golos de Salah (4′, depois de uma assistência de Robertson no seguimento de um passe longo de Van Dijk) e Sadio Mané (64′, na sequência de uma primeira aceleração ante do passe decisivo de Salah), reforçando as ambições de quebrar um jejum de 30 anos sem o grande título do país. E com números assombrosos, que se explicam com uma verdadeira TEAM que cumpre cada um dos quatro propósitos anunciados na palestra de 2015: em 20 encontros disputados, os reds somam 19 vitórias e um empate, tendo o segundo melhor ataque (49 golos marcados) e a melhor defesa (14 consentidos) além de 13 pontos de avanço sobre o vice-líder Leicester… tendo ainda um jogo em atraso diante do West Ham.
Goals in the Premier League so far…
Mané, Salah & Firmino 28
Arsenal 28
Aston Villa 27
Brighton 25
Southampton 25
West Ham 25
Burnley 24
Everton 24
Sheffield Utd 23
Norwich 22
Bournemouth 20
Newcastle 20
Crystal Palace 19
Watford 17 pic.twitter.com/cE5RXiohWi— Anything Liverpool (@AnythingLFC_) January 2, 2020