Não é a primeira vez que a Audi surge em cena com o AI: ME, um concept que a marca dos quatro anéis apresentou ao público em Abril do ano passado, no Salão de Xangai. Agora, o fabricante de Ingolstadt fez deste protótipo a sua estrela no Consumer Electronics Show (CES), a decorrer em Las Vegas até ao próximo dia 10.

Na maior feira de electrónica do planeta, a intenção da Audi é dar a conhecer que trunfos tem na manga para se destacar da concorrência. Razão pela qual são avançados mais detalhes acerca do AI: ME que, certamente com outra denominação, está fadado a vir ocupar na gama da marca o lugar já preenchido pelo ID.3 no portefólio da Volkswagen, ou pelo el-Born na família de modelos da Seat. Mas se quer o hatchback alemão quer o espanhol devem chegar ao mercado ainda este ano, nada de concreto foi ainda tornado público em relação à variante premium com o emblema da Audi.

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Exibindo uma estética mais audaz do que os “manos”, o futuro hatchback eléctrico tem na grelha frontal um dos seus elementos mais diferenciadores, na forma e na função. Isto porque a grelha, completamente fechada por não haver a necessidade de refrigerar a mecânica, é como que emoldurada por uma malha de LED, que não se limita apenas a assegurar as funções de iluminação. Como tudo neste concept, também aqui a comunicação desempenhará um papel crucial na interacção do veículo com os demais utilizadores da via pública, sejam eles automóveis ou peões. Esta opção encontra justificação no facto de a Audi apresentar o AI: ME como um carro autónomo, razão pela qual tudo o que supõe a condução, dos pedais ao volante, “desaparece” sempre que é o sistema a assumir os comandos, disponibilizando assim mais espaço para quem segue a bordo.

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Embora muitos ainda não encarem a condução autónoma como uma potencial realidade no curto prazo, os esforços da Audi caminham nesse sentido. A ponto de a marca ter sentido necessidade de auscultar o mercado, para concluir que apenas 8% de um total de 21 mil inquiridos disse ser capaz de explicar o que significa a condução autónoma e 41% desconfia da tecnologia. Nada que desanime o construtor, pois 81% dos inquiridos respondeu que estava “muito interessado” na plena assistência à condução.

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Mas a condução autónoma não esgota os argumentos do AI: ME. O eléctrico, que tal como o Q4 e-tron, vai assentar sobre a plataforma MEB do Grupo Volkswagen, esgrime o trunfo da inteligência artificial. Segundo a Audi, tudo neste modelo é comandado por voz ou por rastreamento ocular, do accionamento do veículo à operação dos diferentes sistemas de comunicação, informação e entretenimento. A inteligência artificial permite que o MMI suba de patamar, passando a ser capaz de armazenar até 400 configurações individuais, inclusive as preferências em matéria de multimédia, para melhor se adaptar aos gostos e necessidades do condutor e restantes ocupantes. Mas se tudo isto não se vê, o mesmo já não acontece com o imenso ecrã OLED tridimensional com mais de 1,20 m de comprimento, que se estende quase a toda a largura do habitáculo, sob o para-brisas. Graças a duas pequenas câmaras de infravermelho, o sistema lê continuamente o movimento dos olhos do condutor e do passageiro da frente, para determinar a sua linha de visão exacta, o que permite usar a visão para comandar diferentes menus de funções.