O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, decretou esta quinta-feira luto nacional pelas vítimas da queda do avião ucraniano da Boeing que ocorreu perto de Teerão, a maior catástrofe desse tipo na história recente do país. “A fim de honrar a memória dos mortos, o Presidente decretou descer as bandeiras da Ucrânia nos órgãos estatais, regionais, empresariais, estaduais e governamentais a meia haste”, informou num comunicado a Presidência ucraniana.

Zelensky prometeu aos seus concidadãos que seria realizada uma investigação completa e independente das causas do ocorrido. “É uma prioridade para a Ucrânia estabelecer as causas do acidente de avião”, acrescentou.

O Presidente espera que os investigadores ucranianos, que chegaram esta quinta-feira ao Irão, se juntem ao trabalho da equipa de investigação, em particular analisando as caixas-negras do avião. Além disso, os investigadores estão a trabalhar na identificação e repatriação dos restos mortais dos passageiros ucranianos.

O Presidente pediu aos cidadãos ucranianos que evitem viagens à região (Médio Oriente) e não especulem sobre as razões do acidente até que os resultados oficiais da investigação sejam anunciados.

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É necessário esperar pelo menos o relatório preliminar da comissão de inquérito. E peço a todos, especialmente na situação de guerra informativa em que a Ucrânia está, que se abstenham de manipulações, especulações, teorias da conspiração, avaliações precipitadas e versões sem confirmação”, disse Zelensky.

O Boeing 737 da companhia aérea ucraniana UIA, que fazia a rota Teerão-Kiev e se despenhou na quarta-feira perto de Teerão, sofreu um incêndio antes de cair, de acordo com o relatório preliminar da Organização de Aviação Civil do Irão. Citando testemunhas do acidente, pessoas que estavam no solo e a tripulação de outros voos, o relatório referiu que um incêndio foi observado no aparelho e a explosão subsequente ocorreu devido à colisão com o solo.

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A Organização da Aviação Civil do Irão indicou que o avião se dirigia inicialmente para o oeste e, “depois de ocorrer o problema, virou à direita e tentou retornar ao aeroporto internacional Imã Khomeini, em Teerão, quando despenhou”.

Em relação às caixas-negras, a Organização da Aviação Civil do Irão disse que estão “danificadas” pelo acidente e pelo incêndio no avião e recusou-se a entregá-las à Boeing e aos EUA

https://observador.pt/2020/01/07/irao-lanca-misseis-a-bases-dos-eua-no-iraque/

Os dados foram avançados pela autoridade de aviação civil do Irão e constam de um relatório preliminar sobre o acidente que causou 176 mortos (82 iranianos, 63 canadianos, 11 ucranianos – dois passageiros e nove tripulantes -, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos), depois de cair pouco depois de ter levantado voo do aeroporto da capital iraniana.

A queda ocorreu horas depois do lançamento de mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.