A qualidade do ar na segunda cidade australiana, Melbourne, agravou-se para níveis considerados “severos” durante a madrugada, devido ao aumento do fumo provocado pelos incêndios no leste da região.

Segundo a página AirWatch, gerida pela Autoridade de Proteção Ambiental, a qualidade do ar deteriorou-se “mais do que o previsto” nas últimas horas, elevando as recomendações para que se evite atividades ao ar livre. Várias piscinas, ginásios e outros locais estão fechados – este é o período de férias escolares do verão na Austrália – com os sindicatos a recomendarem aos seus trabalhadores que evitem qualquer trabalho ao ar livre. Os serviços meteorológicos antecipam que a forte nuvem de poluição atmosférica se mantenha pelo menos até à tarde de quarta-feira, altura em que se esperam melhorias com a mudança do vento. Grande parte do fumo provém de fogos nas zonas montanhosas de East Gippsland, a nordeste de Melbourne, um dos maiores das últimas semanas.

Além do impacto na saúde pública o fumo está a causar problemas adicionais para os bombeiros que são chamados por alarmes de incêndio acionados apenas pelo excesso de fumo no ar. Desde a noite de segunda-feira a Brigada Metropolitana de Bombeiros em Melbourne diz ter respondido a quase 200 alarmes falsos de incêndio, um valor cinco vezes maior que o normal num período de 24 horas.

A falta de vento na zona fez aumentar a concentração de fumo durante a madrugada, explicam os serviços meteorológicos, que antecipam que vento a partir de quarta-feira possa ajudar a melhorar a situação. O fumo e a má qualidade do ar devido aos incêndios florestais obrigaram a suspender temporariamente as sessões de treino no Open da Austrália de ténis, em Melbourne Park.

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Fumo e má qualidade do ar obrigam a suspender treinos do Open da Austrália

A organização referiu, em comunicado, que espera que a fase de qualifying da primeira grande prova do circuito ATP, o Open da Austrália, possa começar durante o dia de terça-feira, referindo que as condições no local, que estão a ser constantemente monitorizadas, estão a melhorar. As decisões vão ser tomadas de acordo com os dados obtidos e com as informações das equipas médicas, de cientistas da Agência de Proteção Ambiental e dos meteorologistas, acrescentou.