O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) vai começar no princípio de fevereiro a “internar” doentes em casa, projetando que dentro de três anos seja o maior serviço de hospitalização domiciliária do país, tratando 1.800 doentes por ano. A informação foi avançada à agência Lusa por fonte oficial da administração do Centro Hospitalar que integra o Santa Maria e o Pulido Valente.

A hospitalização domiciliária no CHULN começará na primeira semana de fevereiro, arrancando primeiro com seis camas e com uma equipa de uma dezena de profissionais, entre médicos, enfermeiros, assistente social, farmacêutico e assistente operacional. A partir de junho, a administração do Santa Maria e do Pulido Valente conta ter 20 camas. Dentro de três anos, o centro hospitalar projeta ter “o maior serviço de hospitalização domiciliária do país com 50 camas, o equivalente a uma ou duas enfermarias hospitalares, tratando cerca de 1.800 doentes/ano”.

Segundo o regulamento da unidade de hospitalização domiciliária, a que a Lusa teve acesso, este modelo dirige-se a doentes em “situação clínica transitória”, como os casos de doença aguda, que necessitem transitoriamente de internamento, mas não necessitem de estar no hospital.

O modelo de hospitalização domiciliária tem vantagens “ao nível do controlo de infeção hospitalar e na redução dos custos relacionados com o internamento hospitalar”.

Há evidência científica da segurança do tratamento agudo em hospitalização domiciliária de um conjunto de doenças, como doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência cardíaca crónica (…) ou infeções adquiridas na comunidade”, refere o regulamento da unidade.

Para o CHULN, este modelo permite assegurar “uma assistência contínua, coordenada e humanizada a doentes que cumpram um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos, que permitam a sua hospitalização no domicílio, sob responsabilidade de profissionais de saúde e com concordância do cidadão e da família”. A unidade de hospitalização domiciliária que arranca na primeira semana de fevereiro vai funcionar sete dias por semana e 24 horas por dia, com apoio médico e de enfermagem que pode ser em permanência ou em regime de prevenção.

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A admissão para o internamento em casa será sempre voluntária e só depois de avaliada clinicamente. Em novembro, em entrevista à agência Lusa, o diretor clínico do CHULN, Luís Pinheiro, defendia que a hospitalização no domicílio é “uma realidade perfeitamente conhecida e validada”.

Cerca de 20 hospitais públicos em Portugal têm hospitalização domiciliária e a ministra da Saúde já assumiu que quer alargar estes projetos a todas as unidades hospitalares do SNS.

Esta terça-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, e o secretário de Estado da Saúde, António Sales, participam em Beja numa sessão de trabalho sobre “Hospitalização Domiciliária / Balanço e Desafios 2020”.