Os incêndios na Austrália em dezembro deixaram à vista no sudeste do país novos segmentos de um extenso sistema de canais, construído por indígenas australianos há mais de 6 mil anos, de acordo com a CNN e o Washington Post.
Mais antiga do que as pirâmides do Egipto ou do que as estruturas de Stonehenge, no Reino Unido, a chamada paisagem de Budj Bim (em redor de um vulcão adormecido com o mesmo nome) foi construída pelo povo Gunditjmara e é composta por canais, represas e barragens.
Já reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como um dos mais extensos e antigos sistemas aquíferos do mundo, o Budj Bim foi adicionado em julho à lista de Património Mundial da Humanidade. É o primeiro caso nessa lista que decorre exclusivamente de património cultural aborígene australiano.
A UNESCO sublinhou então a forma engenhosa como o povo Gunditjmara usava o sistema, construído com rochas vulcânicas, para condicionar o curso das águas.
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Budj Bim Cultural Landscape, #Australia ????????, has just been inscribed on @UNESCO #WorldHeritage List. Congratulations! ????
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— UNESCO ????️ #Education #Sciences #Culture ???????? (@UNESCO) July 6, 2019
Agora, os incêndios de dezembro permitiram descobrir que este sistema é maior do que se pensava. “Quando regressámos a esta zona, descobrimos um canal escondido na erva e noutra vegetação”, disse à CNN Denis Rose, da Gunditj Mirring Traditional Owners Aboriginal Corporation, uma organização não governamental que defende as tradições aborígenes.
O Washington Post sublinha que a nova descoberta pode permitir aos investigadores perceber melhor como mudou aquela região ao longo dos anos e compreender a evolução demográfica do povo Gunditjmara.