Duas temporadas e meia, 137 encontros oficiais, 63 golos, quase tantas assistências, três títulos, o recorde de médio com mais remates certeiros numa temporada entre as principais ligas europeias entre vários registos máximos superados em Alvalade sobretudo em 2018/19. Bruno Fernandes foi a quarta contratação de sempre do Sporting mas tornou-se em paralelo o investimento mais rentável do clube que, após ter desembolsado 8,5 milhões de euros (mais 500 mil por objetivos), vai fazer do médio a maior venda dos leões e, alcançando parte dos objetivos previstos no contrato, a segunda maior em Portugal, apenas superada pelos 126 milhões de euros de João Félix quando trocou o Benfica pelos espanhóis do Atl. Madrid (ultrapassando dessa forma Hulk, do FC Porto).
Depois de ter visto recusada uma primeira proposta da Premier League recusada este verão pelo Sporting, quando o Tottenham ofereceu 45 milhões de euros mais 20 milhões por objetivos coletivos entre o Campeonato e a Liga dos Campeões, Bruno Fernandes, que nunca negou a ambição de jogar em Inglaterra, acabou por ter o Manchester United a acelerar o interesse depois de uma última observação do médio no clássico em Alvalade frente ao FC Porto e numa altura em que Paul Pogba voltou a lesionar-se com alguma gravidade. No entanto, e depois de uma interrupção nas negociações que estagnaram numa oferta de 50 milhões de euros fixos mais 20 milhões variáveis, a entrada em cena do Barcelona foi o empurrão que faltava para o acordo.
Apesar de ter colocado como fasquia os 70 milhões de euros, Frederico Varandas, presidente do Sporting, está tentado a aceitar uma base que propõe 55 milhões de euros fixos mais 25 milhões variáveis consoante obtenção de objetivos desportivos, sendo que dez milhões são de mais fácil obtenção do que os restantes 15. Foi negociada em paralelo a cedência temporária de jogadores dos red devils, que caiu numa fase inicial das conversas. Além de Miguel Pinho, agente do internacional, também o empresário Jorge Mendes fez parte das negociações. Desse valor fixo, o clube verde e branco deverá ficar entre 25,5 a 33,75 milhões, retirando 10% para os intermediários, 10% da mais valia para a Sampdória, 5% do mecanismo de solidariedade e 30% para a banca.
Mendes abre uma terceira vi(d)a para Bruno Fernandes: Valencia por empréstimo do Barcelona
As contas são fáceis de fazer: desse bolo inicial de 55 milhões existem quatro fatias extra Sporting a ter em conta, sendo que duas podem podem ter sido ou não conversadas com o Manchester United. Por partes: a Sampdória terá sempre a receber 4,75 milhões de euros, dos 10% da mais valia acordados quando assinou pelos lisboetas por 8,5 milhões; depois, há a questão da percentagem que fica sempre retida na banca, havendo a dúvida se já irá vigorar os 30% acordados na nova reestruturação (16,5 milhões) ou os 50% que vinham da era Bruno de Carvalho (27,5 milhões) – recorde-se que, na semana passada, o Expresso escreveu que o Novo Banco ainda não tinha dado luz verde à conclusão do processo, ao invés do Millenium BCP; por fim, há dois valores que podem ser assegurados ou pelos vendedores ou pelos compradores e que são os 10% para intermediários (5,5 milhões) e os 5% para o mecanismo de solidariedade (2,75 milhões, entre Boavista, Pasteleira, Novara e Udinese).
A isso acresce depois os tais bónus por obtenção de objetivos, que serão mais fáceis de atingir em dez milhões de euros e mais complicados nos restantes 15 milhões do “bolo” de 25 milhões variáveis. Jogos realizados, golos marcados, títulos conquistados e prémios individuais internos e internacionais são algumas das cláusulas que entram habitualmente neste tipo de acordos. Bas Dost, a contratação mais cara de sempre do Sporting em 2017, chegou a Alvalade por dez milhões de euros fixos mais dois por objetivos que se cumpriram quase na totalidade, o que fez com que o Wolfsburgo acabasse por receber no final quase 12 milhões pelo holandês.