Ainda não foi desta. A dívida pública portuguesa, em valor nominal, atingiu os 249,7 mil milhões de euros em dezembro, o que representa uma subida de 600 milhões de euros face ao valor apurado no final de 2018, revelam dados do Banco de Portugal. Isto apesar do valor ter caído 1386 milhões de euros face a novembro.

Ainda que em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador da dívida baixe (os dados ainda não divulgados), em termos nominais o ano passado acaba com uma dívida pública mais alta do que 2018. Esta tendência repete-se na dívida líquida, que exclui os depósitos do Estado, e onde se verificou um crescimento de 2,7 mil milhões de euros em dezembro de 2019, face ao mesmo mês de 2018, situando-se em 253,3 mil milhões de euros.

A necessidade de reduzir a dívida pública, e os encargos que representa para o Orçamento, tem sido um dos argumentos de Mário Centeno a favor do excedente orçamental, mas o cenário de que o valor nominal encolhesse já em 2019, admitido pelo ministro das Finanças mesmo com um saldo negativo nas contas do Estado não se verificou,

O Banco de Portugal explica este acréscimo com o aumento dos títulos de dívida (2,3 mil milhões de euros) e das responsabilidades em depósitos (1,0 mil milhões de euros), por via, principalmente, de certificados do Tesouro. Estas variações foram em parte compensadas pela amortização de empréstimos (2,7 mil milhões), em grande medida influenciada pelo reembolso antecipado de dois mil milhões de euros de empréstimos obtidos no âmbito da Facilidade Europeia de Estabilidade Financeira (FEEF) do Programa de Assistência Económica e Financeira (Gráfico 2). Já os ativos em depósitos do Estado caíram 2,1 mil milhões de euros face a 2018.

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