Os espanhóis do Abanca confirmaram esta terça-feira ter interesse em comprar o EuroBic desde que possam comprar, pelo menos, 75% do capital do banco. Em conferência de imprensa em Santiago de Compostela, para a apresentação dos resultados do banco, Juan Carlos Escotet, o presidente do banco, disse que o banco tem “estrutura de capital para crescer de forma inorgânica”, ou seja, através de aquisições.

Citado pelos jornais que viajaram a Espanha a convite do banco espanhol, como o Negócios e o Eco, o presidente do banco disse que o mercado português é “especialmente atrativo” aos olhos da instituição que comprou as operações de retalho do Deutsche Bank em Portugal. Haverá um processo competitivo” e “temos interesse em participar em todo o processo”, afirmou Escotet, já que “Portugal está claramente dentro das nossas prioridades estratégicas”.

Isabel dos Santos vai deixar de ser acionista do EuroBic, onde tem 42,5%, na sequência das revelações do Luanda Leaks. A 22 de janeiro, foi comunicado que a empresária angolana já estava a negociar a venda da sua posição. Algo que, garantia esse comunicado, era iniciativa da própria Isabel dos Santos (perante notícias de que o Banco de Portugal teria pressionado a empresária a vender a participação).

O banco disse que existiam interessados que asseguram a concretização da venda “a muito breve prazo”, sendo que o novo acionista (ou mesmo no caso dos compradores serem os atuais acionistas) terá sempre de ser autorizado pelo Banco de Portugal. Para além de Isabel dos Santos, são ainda acionistas do EuroBic, Fernando Teles que foi fundador do banco, e que tem 37,5%, e mais três acionistas a título individual.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O homem que geria um banco com “walkie talkies” (e os outros donos do EuroBic)

Abanca vende posição na Media Capital e quer ficar com 10% da Cofina

O Abanca vai vender a posição de 5,05% que tem na Media Capital na oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Cofina. Com o dinheiro da venda, vai participar no aumento de capital do grupo de Paulo Fernandes para a compra da dona da TVI. O banco ficará com cerca de 10% da Cofina.

“Para levar a cabo o acordo de aquisição por parte da Cofina, vamos acompanhar o aumento de capital para manter a posição que detemos e que é ligeiramente abaixo de 10% da Cofina com Media Capital dentro”, disse o CEO do banco, Francisco Botas, na mesma conferência de imprensa.

No final de janeiro, a Cofina aprovou um aumento de capital até 85 milhões de euros para o financiamento da compra da TVI.

Prevê-se que Paulo Fernandes, o empresário Mário Ferreira e o Abanca fiquem com cerca de 51% da Cofina, dona de títulos como o Correio da Manhã, a CMTV, o Record e o Jornal de Negócios.