O primeiro-ministro, António Costa, vai ter esta quarta-feira uma série de encontros em Bruxelas com altos responsáveis europeus, incluindo o presidente do Conselho, para dar conta das conclusões da cimeira dos “Amigos da Coesão” sobre o orçamento plurianual comunitário.

Quatro dias depois da reunião de Beja, que juntou representantes de 17 Estados-membros, e a cerca de duas semanas de uma cimeira extraordinária em Bruxelas dos chefes de Estado e de Governo da UE para tentar chegar a um compromisso sobre o orçamento da União pós-2020, Costa vai reunir-se esta quarta-feira com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que chamou a si a condução das negociações entre os 27 e presidirá aos trabalhos do Conselho Europeu extraordinária de 20 de fevereiro.

Além do encontro com Charles Michel, que inclui um almoço de trabalho, António Costa tem também previstas, entre outras, reuniões com o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, com os presidentes das comissões parlamentares de Desenvolvimento Regional e de Orçamentos, e com os presidentes do Comité das Regiões e do Comité Económico e Social Europeu, estes dois últimos órgãos consultivos da UE.

A todos os dirigentes europeus, o primeiro-ministro dará conta dos resultados da reunião de Beja, na qual os “Amigos da Coesão” reafirmaram a sua firme oposição a cortes nesta política no futuro quadro financeiro da União Europeia para 2021-2027, defendendo que deve ser pelo menos mantido o financiamento do quadro ainda em vigor (2014-2020) em termos reais.

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No final do encontro do passado sábado em Beja, António Costa defendeu ser “urgente” que a União Europeia chegue a “um acordo global” sobre o orçamento comunitário 2021-2027 e considerou que “há todas as condições” para o fazer até junho, durante a presidência croata do Conselho da UE (primeiro semestre do ano).

“É urgente chegarmos a um acordo global sobre o próximo Quadro Financeiro Plurianual (QFP). Seria um péssimo sinal que a UE daria aos cidadãos europeus, às empresas europeias, ao conjunto de agentes económicos, atrasar-se mais na aprovação” do novo orçamento comunitário, argumentou o chefe de Governo português no final dos trabalhos.

“A vontade política de todos os Estados-membros que aqui se sentaram à mesa foi chegarem a Bruxelas, no próximo dia 20, no Conselho Extraordinário convocado pelo presidente do Conselho, Charles Michel, com a vontade muito firme de chegarmos a um acordo e de não concluir” a reunião “sem um acordo definitivo sobre o QFP”, vincou.