O Papa Francisco concedeu uma licença por tempo indeterminado ao arcebispo Georg Gänswein, antigo secretário do Papa emérito Bento XVI que estava no gabinete de relações públicas do Vaticano, a Casa Pontifícia, avança o jornal católico Die Tagespost. Gänswein deverá continuar, no entanto, as funções como secretário particular do Papa emérito Bento XVI.
Foi o arcebispo Georg Gänswein que, no início do ano, emitiu o comunicado a pedido do Papa Bento XVI a anunciar que havia pedido que o nome de Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI) fosse retirado do livro do Cardeal Robert Sarah. O clérigo anunciou que ia lançar um livro assinado pelo próprio e pelo antigo Papa que, depois da polémica, lançou apenas com a sua assinatura.
O Papa emérito, de facto, sabia que o cardeal estava preparando um livro — acrescentou Gänswein —, e tinha enviado um pequeno texto seu sobre o sacerdócio, autorizando-o a usá-lo como o desejasse. Mas ele não tinha aprovado nenhum projeto para um livro assinado conjuntamente nem tinha visto e autorizado a capa. Foi um mal-entendido”, escreveu Sarah.
O arcebispo tem sido o braço direito de Bento XVI desde há vários anos, tendo sido nomeado como prefeito da Casa Pontifícia pelo próprio em 2012.
O livro de Robert Sarah surgiu numa altura particularmente sensível para a Igreja Católica. Em outubro do ano passado, os líderes católicos reunidos no Sínodo da Amazónia concluíram que a ordenação sacerdotal de homens casados deverá ser uma das soluções a adotar para combater a escassez de padres católicos naquela região do mundo — abrindo um precedente que pode levar a profundas alterações na lei do celibato, imposta pela Igreja Católica há mil anos. O documento final da reunião foi submetido à apreciação do Papa Francisco, que deverá tomar uma decisão sobre o assunto ainda na primeira metade deste ano.
Robert Sarah, conhecido como uma das mais influentes vozes conservadoras dentro da cúpula da Igreja Católica, terá depois produzido todo o livro apresentado inicialmente como sendo também assinado por Bento XVI.