Segundo reza a história, este belo 330 GT 2+2, com o chassi número 4085, foi um dos últimos veículos regularmente conduzido por Enzo Ferrari. Apelidado “olhos chineses”, pelos seus faróis “rasgados”, o 330 GT 2+2 era um coupé com dois lugares à frente, outros tantos atrás, ainda que menos espaçosos, e uma mala muito interessante para a época, especialmente num desportivo deste calibre. Era o veículo ideal para Enzo, um amante de carros com raça, mas já na altura com uma idade avançada que o levava a apreciar um certo nível de conforto.

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O chassi nº 4085 refere-se ao primeiro protótipo do 330 GT, aprovado pelo fundador para depois passar à produção em série, tendo servido nos anos seguintes de carro pessoal para “il commendatore”. De acordo com o Guia Ferrari, de Leonardo Acerbi, o 330 GT 2+2 acabou por ser posto de lado quando saíram modelos novos, tendo esta unidade sido vendida para os Estados Unidos da América.

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Importado por Luigi Chinetti, o chassi nº 4085 chegou aos EUA em Junho de 1964, tendo passado por vários donos até chegar às mãos de Pete Stetson. Após uma revisão que lhe custou 22.000 dólares, o coupé 2+2 foi vendido a Daniel Schmitt & Co, que tratou de recuperar fotos do veículo tiradas anos antes, bem como um documento da Ferrari certificando tratar-se de um protótipo de fábrica, que esteve ao serviço do “patrão” Enzo. O motor é um V12 com 4 litros de capacidade, alimentado por três carburadores duplos Weber e capaz de fornecer 300 cv.

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O 330 GT 2+2 foi integralmente reconstruído e tem um odómetro que marca 67.710 milhas, mantendo ainda o livro de instruções original, bem como o kit de ferramentas. Do equipamento extra fazem parte as jantes de 15” com raios, discos de travão às quatro rodas, um volante em madeira e um escape ANSA Marmitte. O proprietário pede 549.000 dólares, o que parece um pouco elevado para um Ferrari “olhos chineses”, mas o facto de ter pertencido a Enzo Ferrari torna o negócio muito mais interessante.