A sucessora de Angela Merkel na liderança dos democrata-cristãos na Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer, anunciou esta segunda-feira que vai abandonar o cargo e não será candidata a chanceler nas próximas legislativas, disse à Agência France Presse (AFP) uma fonte partidária.

Kramp-Karrenbauer disse numa reunião da liderança do Partido Democrata Cristão (CDU) que “não pretende ser candidata à chancelaria alemã”, acrescentou a fonte, em plena crise política nacional por causa de uma aliança regional com a extrema direita.

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Kramp-Karrenbauer, de 57 anos, foi eleita em dezembro de 2018 como sucessora de Merkel no papel de líder da CDU. Desde então, demonstrou dificuldades em marcar a sua autoridade no partido. A Reuters acrescenta que na semana passada um ramo regional desafiou-a ao apoiar um líder local que também contou com os votos da extrema-direita. A incapacidade de impor disciplina no estado da Turíngia, adianta o meio já citado, fez ainda mais danos à sua credibilidade.

No ano passado, Kramp-Karrenbauer pediu aos membros do partido que apoiassem a sua versão para a Alemanha, caso contrário seria preferível “terminar aqui e agora”. O apoio surgiu, ainda que muitos ficassem pouco convencidos com a sua liderança.

Aquela que é a ministra da Defesa alemã disse esta segunda-feira aos líderes da CDU que vai deixar a liderança do partido, bem como as ambições pessoais para ascender a chanceler, uma vez que acredita que uma única pessoa deve ser capaz de ambas as posições. Merkel quer que AKK — como Kramp-Karrenbauer é conhecida — permaneça no governo.

As eleições federais vão acontecer já no próximo ano, entre os meses de agosto e outubro.