A acreditação do curso de Medicina da Universidade Católica Portuguesa (UCP) voltou a sofrer um revés. A instituição viu chumbado o recurso que interpôs, em dezembro do ano passado, relativo à decisão negativa da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), adiantou à Lusa o presidente da UCP, Alberto Amaral. Como o chumbo já era esperado pela própria UCP, foi decidido, ainda em 2019, apresentar uma nova proposta para acreditação do curso de Medicina, acrescentou o ex-reitor da Universidade do Porto. Esta segunda proposta deverá ser avaliada pela A3ES até Junho.
Em declarações à Rádio Observador, António Medina de Almeida, responsável pelo projeto de mestrado integrado em Medicina da UCP, refutou a legalidade da fundamentação apresentada para o chumbo inicial, em novembro, quando o Conselho de Administração da A3ES decidiu acatar os dois pareceres negativos que recebeu relativos ao pedido de acreditação da formação em Medicina pela UCP.
Uma das “falhas” foi a sobreposição de oferta, uma vez que a abertura do curso representaria uma terceira formação em Medicina na região de Lisboa, e o facto de “parte do pessoal docente da nova faculdade ser retirada da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa”, segundo um dos pareceres.
Para Medina de Almeida, “essa questão surge no decreto-lei feito para otimizar os custos do Estado. Este curso não vai precisar de qualquer verba do Estado. Será financiado só com verbas privadas”. De forma a evitar novo chumbo, o responsável pelo mestrado defende o projeto e garante ainda que “nesta proposta respondemos a todos os requisitos técnicos que foram questionados pela Ordem dos Médicos e a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. E esclarecemos, ainda, outras questões que não estavam bem explícitas”. “De salientar que as propostas são feitas em formulários tipo, e têm limitações”, disse ainda.
Assegurada ficou também a resposta à questão, levantada pela Ordem dos Médicos, de não “haver tempo suficiente em estágios clínicos”. “Temos dois anos e meio de estágios clínicos completos. Com mais de um ano de introdução à clínica”, adianta. Nesse sentido, conclui, a instituição preenche todos os requisitos e está pronta a avançar para a abertura do curso, aguardando apenas a “luz verde” da A3ES.