O Presidente dos EUA, Donald Trump, acusou os adversários de estarem a preparar “outra campanha de desinformação”, depois de os serviços de inteligência terem relatado no Congresso provas de interferência russa nas eleições de novembro próximo.
De acordo com a imprensa norte-americana desta sexta-feira, os serviços de inteligência apresentaram, na passada semana, provas de que o Governo russo está a interferir na campanha presidencial de novembro próximo, procurando beneficiar a candidatura republicana de Donald Trump. “Outra campanha de desinformação está a ser lançada pelos democratas no Congresso, garantindo que a Rússia me preferiu aos democratas que nada fazem”, escreveu esta sexta-feira Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter.
Another misinformation campaign is being launched by Democrats in Congress saying that Russia prefers me to any of the Do Nothing Democrat candidates who still have been unable to, after two weeks, count their votes in Iowa. Hoax number 7!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 21, 2020
Num briefing confidencial, os serviços de inteligência terão dito que o Governo russo está a repetir as manobras de desinformação que alegadamente já tinha utilizado na campanha presidencial de 2016, reveladas pelo relatório do procurador especial Robert Mueller, apresentado em abril de 2019.
O Governo russo já rejeitou esta versão, acusando as autoridades norte-americanas de “paranoia”. “Não tem nada a ver com a realidade”, disse esta sexta-feira aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denunciando “novas mensagens paranoicas que infelizmente se tornarão mais frequentes à medida que as eleições se aproximam”.
Donald Trump não escondeu o descontentamento com a revelação dos serviços de inteligência, tendo anunciado, na quarta-feira, a demissão do diretor da agência, Joe Maguire, substituindo-o por uma figura muito próxima da Casa Branca, Richard Grenell, e imputando aos democratas a responsabilidade pelas versões apresentadas.
Durante o briefing, os membros republicanos da Câmara de Representantes refutaram as conclusões do relatório, alegando que era “muito duro” sobre a posição russa, segundo o jornal The New York Times.
Os avisos sobre a repetição da interferência russa já tinham sido apontados, em várias ocasiões, pelos serviços de inteligência, mas na passada semana os agentes apresentaram nova informação.
De acordo com os novos dados, o Governo russo pretende não apenas interferir nas eleições presidenciais de novembro, mas já nas eleições primárias do Partido Democrata, ajudando a criar clivagens entre os candidatos para favorecer a recandidatura do Presidente Trump.
Um membro democrata da Câmara de Representantes, citado pelo jornal nova iorquino, disse que o ‘briefing’ do passado dia 13, no Congresso, tinha revelado informações preocupantes que colocavam em causa a “integridade das eleições” de novembro.
Por várias vezes, Trump tem questionado a competência do trabalho das agências de informação norte-americanas, dizendo que as avaliações sobre a interferência do Governo russo nos processos eleitorais dos Estados Unidos são o resultado de uma conspiração para minar a validade da sua eleição como Presidente.