O Presidente dos EUA, Donald Trump, acusou os adversários de estarem a preparar “outra campanha de desinformação”, depois de os serviços de inteligência terem relatado no Congresso provas de interferência russa nas eleições de novembro próximo.

De acordo com a imprensa norte-americana desta sexta-feira, os serviços de inteligência apresentaram, na passada semana, provas de que o Governo russo está a interferir na campanha presidencial de novembro próximo, procurando beneficiar a candidatura republicana de Donald Trump. “Outra campanha de desinformação está a ser lançada pelos democratas no Congresso, garantindo que a Rússia me preferiu aos democratas que nada fazem”, escreveu esta sexta-feira Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter.

Num briefing confidencial, os serviços de inteligência terão dito que o Governo russo está a repetir as manobras de desinformação que alegadamente já tinha utilizado na campanha presidencial de 2016, reveladas pelo relatório do procurador especial Robert Mueller, apresentado em abril de 2019.

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O Governo russo já rejeitou esta versão, acusando as autoridades norte-americanas de “paranoia”. “Não tem nada a ver com a realidade”, disse esta sexta-feira aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, denunciando “novas mensagens paranoicas que infelizmente se tornarão mais frequentes à medida que as eleições se aproximam”.

Donald Trump não escondeu o descontentamento com a revelação dos serviços de inteligência, tendo anunciado, na quarta-feira, a demissão do diretor da agência, Joe Maguire, substituindo-o por uma figura muito próxima da Casa Branca, Richard Grenell, e imputando aos democratas a responsabilidade pelas versões apresentadas.

Durante o briefing, os membros republicanos da Câmara de Representantes refutaram as conclusões do relatório, alegando que era “muito duro” sobre a posição russa, segundo o jornal The New York Times.

Os avisos sobre a repetição da interferência russa já tinham sido apontados, em várias ocasiões, pelos serviços de inteligência, mas na passada semana os agentes apresentaram nova informação.

De acordo com os novos dados, o Governo russo pretende não apenas interferir nas eleições presidenciais de novembro, mas já nas eleições primárias do Partido Democrata, ajudando a criar clivagens entre os candidatos para favorecer a recandidatura do Presidente Trump.

Um membro democrata da Câmara de Representantes, citado pelo jornal nova iorquino, disse que o ‘briefing’ do passado dia 13, no Congresso, tinha revelado informações preocupantes que colocavam em causa a “integridade das eleições” de novembro.

Por várias vezes, Trump tem questionado a competência do trabalho das agências de informação norte-americanas, dizendo que as avaliações sobre a interferência do Governo russo nos processos eleitorais dos Estados Unidos são o resultado de uma conspiração para minar a validade da sua eleição como Presidente.