Sejam 28 ou 29 dias, fevereiro tem sido desde sempre o mês mais mal tratado. O primeiro calendário romano, por exemplo, começava em março e só tinha dez meses, o que ajuda a justificar a escolha de nomes: setembro (7), outubro (8), novembro (9) e dezembro (10).
Desde esse primeiro calendário romano até hoje, muitas alterações foram feitas. Agora, chegados a 2020, estamos em ano bissexto, que é celebrado em todos os anos divisíveis por quatro, exceto aqueles divisíveis por 100, mas incluindo os que terminam em 400, como já antes escreveu o Observador.
This is why we have Leap Years pic.twitter.com/bCX31kymMW
— Dr James O'Donoghue (@physicsJ) February 6, 2020
Os anos bissextos são essenciais para permitir que os nossos calendários estejam em sintonia com as estações — por arrasto, oferecem-nos 24 horas extras. Na falta de um ano bissexto, as estações estariam misturadas: a primavera no hemisfério norte começaria em junho e depois em julho e em agosto; o inverno na Austrália começaria, por sua vez, a aproximar-se de dezembro, de acordo com a Quartz.
A menor frequência com que podemos assinalar o dia 29 de fevereiro no calendário também faz com que surjam tradições, como aquela que diz que neste dia as mulheres podem pedir os seus parceiros em casamento, tal como lembra o The Cut.
O calendário gregoriano (aquele que usamos) é baseado no calendário solar e conta com 365 dias, mas a Terra demora um pouco mais do que isso a dar a volta ao Sol – 365 dias, cinco horas, 48 minutos e 46 segundos para ser mais preciso.
If we ignored adding Leap Days for the next 1,500 years starting with 29th Feb 2020: this how our calendar would drift through the seasons — pic.twitter.com/wXnE1tgVTh
— Dr James O'Donoghue (@physicsJ) February 13, 2020
Os romanos seguiram os ciclos lunares – de 29,5 dias cada – durante muito tempo, o que resultava em 355 dias por ano. Com menos dez dias, é fácil perceber em que estado estava o calendário ao fim de umas dezenas de anos. No ano 46 a.C., Júlio César introduziu 80 dias para acertar as contas e implementou o ano bissexto. Mas a forma como o fez acabou por resultar em 10 dias a mais em meados da década de 1570.
Assim, em 1582, o Papa Gregório XIII – que deu o nome ao calendário que usamos – recomendou que se retirassem os 10 dias a mais e criou um novo calendário. O Papa estabeleceu também que se passasse a usar um dia a mais nos anos divisíveis por quatro, se não fossem divisíveis por 100 (exceto quando divisíveis por 400). Simplificando, 2000 foi ano bissexto, mas 1700, 1800 e 1900, não. E 2100 também não será.