Já depois de um comunicado que antecedeu a reportagem da TVI que garantiu que a Polícia Judiciário tem nesta fase indícios de corrupção desportiva no âmbito do caso dos vouchers, o Benfica voltou a reagir à peça do canal televisivo através de Luís Bernardo, diretor de comunicação das águias que, à CMTV, salientou a tranquilidade dos encarnados em relação ao processo entre algumas “farpas” aos rivais diretos.

PJ acredita que tem fortes indícios de corrupção desportiva contra o Benfica, avança a TVI

“Os kits oferecidos aos árbitros depois de todos os jogos, independentemente dos resultados e à frente de toda a gente, inclusive às autoridades, foram valorizados pela UEFA. O Benfica nunca deixou de dar kits, por cortesia e não por compensação, a UEFA valorizou que os kits eram oferecidos à frente de toda a gente, provava ser ação de cortesia e não aliciamento. Oferecia às claras e de forma transparente. Daqui se depreende que quando existe intenção malévola de corromper, não se faz as claras. Como se corrompe alguém depois de um jogo que se perdeu? Ou quem sabe que o delegado vai relatar factos que penalizam o clube? Não tem lógica. Se o processo avançar, teremos oportunidade de esclarecer questões. Nenhum delegado, árbitro ou observador manifestou o sentimento de rejeitar ofertas ou sentir-se incomodado. Isso tranquiliza-nos muito”, começou por referir.

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“Não sabemos o que o Ministério Público vai concluir, ainda ontem os argumentos mais usados era que havia uma campanha de controlo do Benfica, com o email dos padres, ligado aos árbitros, que Ministério Público disse que era mentira, que os emails estavam truncados pelo diretor de comunicação do FC Porto”, disse, prosseguindo ainda sobre os dragões. “Não sejamos ingénuos, tudo surge na sequência da decisão do Ministério Público que veio demonstrar o dolo intencional do diretor de comunicação do FC Porto e do responsável pelo Porto Canal, por emails truncados, falseados. Fabricou-se a lógica do plano do Benfica para controlar a arbitragem, isso caiu por terra há 24 horas. Também há 24 horas um clube nosso rival teve a apresentação de contas catastróficas, com riscos fair play financeiro da UEFA”, recordou, a propósito das contas no primeiro semestre.

“Não há um dado concreto sobre algo de ilegal”, garante diretor de comunicação do Benfica

“Não tenho factos mas pode acontecer que alguém tenha abusado. Isto é do conhecimento de elementos da Comissão Instrutória da Liga e do Conselho de Disciplinar da Federação Portuguesa de Futebol. Houve um caso de um elemento que pertenceu aos observadores da Liga e que foi convidado a sair, foi uma das pessoas que terá abusado um pouco. Essa pessoa foi depois para o Sporting. Em local próprio, se existirem alguma dúvidas daremos as explicações”, adiantou ainda, a propósito do ex-assistente de Hugo Miguel, Hernâni Fernandes.

Benfica critica arbitragem e lembra funções de ex-assistente Hugo Miguel no Sporting

“Não tenho condições para confirmar essa questão dos 600 euros, o Benfica ainda não foi notificado da decisão do Ministério Público. Se ainda continuam a ser oferecidos? Na altura, face à polémica que existiu e para eliminar quaisquer suspeitas, eliminámos essa prática no final da época 2016/17. As cortesias atualmente? Normalmente são camisolas, tudo dentro dos regulamentos, como sempre esteve, e dentro das normas Federação Portuguesa de Futebol, da FIFA e da UEFA”, concluiu Luís Bernardo, diretor de comunicação do Benfica.

Ainda antes da peça da TVI, o Benfica já tinha reagido destacando que “não foi notificado de nenhuma ‘conclusão do Ministério Público’ relativamente a qualquer inquérito judicial que esteja em curso”: “Aliás, não deixa de ser curioso e significativo o timing desta peça. Aquele inquérito está, como é sabido, sujeito a segredo de justiça, pelo que o SL Benfica reservará qualquer atuação para o momento e local próprios. Mais aproveita o SL Benfica para relembrar que no designado caso dos vouchers, todas as decisões processuais de instâncias nacionais e internacionais até agora conhecidas concluíram pelo arquivamento do processo”.