A impressão 3D e a automação e robótica (indústria 4.0) são dois setores transversais à indústria que, no futuro, serão “completamente inevitáveis”, defendeu esta segunda-feira o responsável pela realização da primeira feira dedicada a estas tecnologias em Portugal.

Estas tecnologias são o “presente e o futuro, pois já hoje a indústria 4.0 tem aplicabilidade em vários setores de atividade, que a utilizam cada vez mais”, frisou à agência Lusa Rogério Henriques, diretor comercial da Feira 3D ADDITIVE EXPO e da I4.0 EXPO, que se vai realizar dos dias 19 a 21, na Exposalão, na Batalha, distrito de Leiria.

Daquilo que nós conhecemos, sabemos que já tem muita aplicabilidade e que é também uma inevitabilidade das exigências do mercado”, sublinhou o responsável.

O equipamento de fabrico aditivo e as impressoras 3D têm tido um desenvolvimento nos últimos anos que a sua aplicabilidade é transversal na indústria transformadora, desde a metalomecânica, setor alimentar, joalharia, laboratórios dentários “e tudo o que se puder imaginar”.

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Segundo Rogério Henriques, a sua aplicabilidade estende-se também “à manutenção industrial, dadas as capacidades deste tipo de equipamento”.

No fabrico aditivo (vulgarmente conhecido como impressão 3D), tanto se faz uma peça de plástico, como uma em aço inox ou cerâmica, portanto a matéria-prima é muito diversificada também”, sustentou.

A Feira 3D ADDITIVE EXPO e da I4.0 EXPO, a primeira do género a realizar-se em Portugal, vai contar com a participação de uma centena de empresas multinacionais, numa área de 10 mil metros quadrados.

O diretor do evento destaca a presença de empresas nacionais que já estão a “desenvolver ‘softwares’ e partes dessas máquinas e máquinas por completo, e na área da indústria 4.0 a mesma coisa”.

Estamos muito bem colocados, porque temos uma capacidade de engenharia e soluções ao nível de tecnologias de informação e informática muito boa e, portanto, temos reunidas as condições para um evento muito bom e interessante, que está a gerar muita expectativa”, enfatizou Rogério Henriques.

No Exposalão – Centro de Exposições da Batalha, os visitantes vão poder encontrar soluções de aplicação de fabrico aditivo e impressão 3D em vários setores de atividade, como a indústria dos plásticos e moldes, engenharia automóvel e aeroespacial, eletrónica de consumo, setor médico e odontológico, sem esquecer a relojoaria e joalharia.

De acordo com o diretor da feira, há setores de atividade portugueses “que já conhecem muito bem a indústria 4.0 como o fabrico aditivo”, nomeadamente a indústria dos moldes e injeção de plásticos, embora existam outros que estão “completamente virgens”.

A feira também servirá para evangelizar alguns setores de atividade e da indústria que ainda desconhece estas tecnologias, mas que daqui a um ano ou dois as vão ter a funcionar na empresa, disso não tenho dúvidas”, frisou.

A formação nestas áreas é uma preocupação dos organizadores do evento, embora existam universidades e instituições de ensino superior que estão a trabalhar nestas tecnologias, como é o caso da Universidade Nova de Lisboa e Instituto Politécnico de Leiria, que vão marcar presença na feira.

O Instituto Pedro Nunes, de Coimbra, e o Instituto Português da Qualidade, e um conjunto de associações marcam também presença na 3D ADDITIVE EXPO e I4.0 EXPO, segundo Rogério Henriques.

É um setor em que já existe interligação entre o tecido empresarial e as universidades nesta parte tecnológica, o que é interessante”, realçou.

Para o diretor comercial da feira, mais importante do que o potencial de aumento da faturação das empresas é o facto das unidades industriais ficarem “capacitadas para resolver problemas, porque muitas vezes este tipo de tecnologia permite criar soluções tecnológicas, que de outra forma era impossível”.

Isto é um mundo de possibilidades que está aqui à mão de semear e que vai entrar na indústria com muita força”, rematou Rogério Henriques.