O Presidente francês Emmanuel Macron é esta quarta-feira o anfitrião das celebrações do primeiro dia nacional de homenagem às vítimas do terrorismo, que reunirá quase 900 vítimas francesas e seus familiares.

O 11 de março já era considerado a nível europeu como a jornada de homenagem às vítimas do terrorismo e a partir desta quarta-feira e, pela primeira e com acordo de todas as associações de vítimas de terrorismo em França, passa também a ser alvo de homenagem a nível nacional. Nesta data, em 2004, aconteceram os ataques terroristas na estação de Atocha, em Madrid.

O evento, que vai reunir cerca de 900 vítimas e seus familiares, decorrerá no Trocadero, local simbólico da capital francesa, e vai ter como orador de honra e principal convidado o Rei Filipe VI, de Espanha, acompanhado e pela Rainha Letizia.

Com múltiplos atentados terroristas em solo francês nos últimos anos e vítimas francesas em atentados no estrangeiro, esta data vai passar a servir de homenagem nacional e dia simbólico para a entrega de medalhas a quem sofreu com este tipo de fenómenos. Esta quarta-feira vão ser entregues 99 medalhas.

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A cerimónia vai constar da leitura de extratos da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do discurso de Albert Camus quando recebeu o Prémio Nobel da Paz, lidos por atores da Comédie Française, assim como músicas interpretadas por um coro de crianças. Tanto Emmanuel Macron como Filipe VI vão também discursar. A seguir, o Presidente e o Rei de Espanha vão reunir-se em privado com vítimas dos atentados e filhos de soldados mortos em ataques contra as Forças Armadas francesas.

Esta data não vai ser unicamente assinalada em Paris, mas também em diferentes câmaras municipais por todo o país e ainda nas embaixadas francesas.

O evento, que ao início tinha uma grande dimensão, viu-se reduzido devido às medidas de prevenção do Covid-19. Terá, portanto, menos de mil pessoas e não haverá cumprimentos públicos tal como está estabelecido no protocolo em vigor para contenção do novo coronavírus, imposto pelas autoridades francesas.

Ainda no âmbito da homenagem às vítimas do terrorismo, o governo está a estudar a pré-configuração de um museu-memorial que relembre todas as vítimas do terrorismo. A missão está a ser liderada por Henry Rousso, historiador e diretor de pesquisa do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).