O volume final da trilogia de Hilary Mantel, The Mirror & the Light, entrou diretamente para o número um do top de vendas britânico. O livro sobre a queda de Thomas Cromwell, ministro de Henrique VIII, foi lançado na semana passada, a 5 de março.

De acordo com a revista especializada no mercado livreiro The Bookseller, nos primeiros três dias nas livrarias, foram vendidos 95.141 exemplares, correspondendo a 1,55 milhões de libras (1,74 milhões de euros). Só da edição de capa dura foram vendidas 84.327 cópias, o que faz de The Mirror & the Light o livro com este tipo de encadernação que mais rapidamente se vendeu em 2020, um feito que dificilmente será ultrapassado, uma vez que o romance de Mantel é unanimemente considerado o grande lançamento deste ano no Reino Unido.

Isto significa também que o número de vendas do volume final da trilogia sobre Thomas Cromwell pode vir a ser superior ao de The Testaments, de Margaret Atwood, o grande sucesso editorial do ano passado. A sequela de The Handmaid’s Tale, que foi apenas publicada em capa dura (a edição inglesa em capa mole só chegou recentemente às livrarias), vendeu mais de 103 mil cópias nos primeiros sete dias e passou três semanas consecutivas no número um do top, antes de ser revelada vencedora do Booker Prize juntamente com Girl, Woman, Other, de Bernardine Evaristo.

Na Amazon, The Mirror and & Light ocupa igualmente o número um do top desde o seu lançamento. A publicação do romance fez aumentar a procura pelos dois primeiros volumes da trilogia: Wolf Hall, o primeiro, ocupa agora o número 11 da Amazon e Bring Up the Bodies, o segundo, o número 18, segundo a Bookseller.

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The Mirror & the Light surge oito anos depois de Bring Up the Bodies e 11 anos depois de Wolf Hall. A publicação do volume de 900 páginas foi assinalada na noite anterior, 4 de março, com um evento na livraria Waterstones, em Piccadilly. Hilary Mantel, que esteve presente, assinou os exemplares de cerca de 200 fãs que se deslocaram até à livraria londrina.

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O volume inaugural da trilogia, Wolf Hall, ganhou, no ano do seu lançamento, o Booker Prize. Em 2018, foi finalista do Golden Booker, criado para comemorar os 50 anos do galardão (e atribuído a O Doente Inglês, de Michael Ondaatje), e, em 2019, foi considerado pelo jornal britânico The Guardian o melhor trabalho de ficção em inglês publicado depois de 2000, numa lista disputada por autores como J.K. Rowling, Bob Dylan, Ali Smith ou Colson Whitehead.

A sequela, Bring Up the Bodies, ganhou igualmente o Booker Prize, uma proeza que muitos acreditam que pode ser repetida este ano com The Mirror & the Light. A longlist do importante prémio de ficção de língua inglesa será conhecida a 28 de julho e o vencedor a 27 de outubro.