Foi anunciado esta segunda-feira como “um projeto pioneiro” e resulta de uma parceria entre o laboratório Unilabs Portugal, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) e a Câmara Municipal do Porto. O primeiro centro de rastreio Covid-19 em modelo drive thru (com as pessoas dentro dos carros) a operar no país começou a funcionar esta quarta-feira no Queimódromo, onde estão duas tendas e uma equipa rotativa com cerca de 12 profissionais de saúde devidamente equipados.

O modelo não é novo, foi testado pela Universidade de Standford e replicado nos Estados Unidos da América e na Coreia do Sul, sendo “rápido, seguro e eficaz”. Por cá, o objetivo é, segundo Luís Menezes, CEO da Unilabs Portugal, “não sobrecarregar as unidades de saúde”.

Centro de rastreio Covid-19 abre portas no Porto esta quarta-feira

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A fase piloto aconteceu entre segunda e terça-feira, com 45 testes realizados no primeiro dia e 96 no segundo, mas esta quarta-feira estima-se que vá chegar aos 200. Numa primeira fase, o centro tem capacidade para realizar 400 testes diários, e, na fase seguinte, 700. Segundo o responsável da Unilabs Portugal, estes rastreios são gratuitos para o utente, sendo assegurados pelo Serviço Nacional de Saúde.

Carlos Nunes, presidente da ARSN, defende que é necessário “aumentar a capacidade de testes para perceber como a epidemia se está a desenvolver, de modo a conseguir conter o mais possível e disseminação pela comunidade”. Para o responsável, este método permite “uma resposta rápida” nos casos suspeitos e, apesar de ser ainda “um modelo experimental”, são já vários os municípios interessados em replicá-lo nas suas áreas geográficas. “Estamos a analisar os locais prioritários, dia a dia, hora a hora”, explicou sem adiantar números ou cidades.

A sul, foram anunciados esta terça-feira dois centros de rastreio em Lisboa, mas Luís Menezes, CEO da Unilabs Portugal, alerta para a capacidade reduzida de multiplicar unidades deste género. “Temos capacidade para montar mais algumas unidades, poucas. As que montarmos serão aquelas que as autoridades de saúde nos indicarem.”

Lisboa vai ter dois centros de rastreio da Covid-19 já esta semana

Quem pode fazer o teste?

Não se dirija ao local espontaneamente. Apenas as pessoas previamente referenciadas e selecionadas pelo Serviço Nacional de Saúde e com marcação do respetivo horário podem ser atendidas. “Só estamos a receber pessoas com sintomas”, adianta o médico António Maia Gonçalves.

Como funciona?

Tudo acontece dentro do seu próprio carro, “entre cinco a sete minutos”. Basta abrir ligeiramente a janela para, num primeiro momento, receber as instruções e a validade do teste, em seguida terá que dar os seus dados de identificação, que serão depois confirmados. Na estação seguinte, um profissional de saúde irá recolher uma amostra nasal, através de uma espécie de cotonete, que será posteriormente colocado num tubo de ensaio para ser analisado. Após este processo, as pessoas podem ir para casa, onde serão mais tarde informados dos resultados. Não existe qualquer contacto entre utentes e profissionais de saúde, por isso o risco de contágio é reduzido.

Quanto tempo demora a sair o resultado?

O resultado do teste é comunicado entre 24 a 72 horas, dependendo do número de rastreios realizados. “Neste momento, estamos a fazer em 32 horas, mas vamos aumentar o volume de testes nos próximos dias“, adianta o médico António Maia Gonçalves, acrescentando que os utentes podem receber a informação se estão ou não infetados com a Covid-19 por e-mail ou através de um contacto por parte da delegação de saúde.