No lar GeriBranca, em Albergaria-A-Velha, ainda se aguardam os resultados de quatro testes de despistagem da Covid-19 (de três utentes e da diretora técnica, Lurdes Reis), mas os resultados são já “dramáticos”, segundo conta a direção ao Observador: há 20 idosos com resultados positivos nos 25 testes realizados num laboratório privado e divulgados na sexta-feira.
Além disso, está ainda confirmada a morte de mais um idoso vítima do novo coronavírus, internado no Hospital de Aveiro desde segunda-feira, elevando assim para dois o número total de vítimas mortais residentes no lar. O utente, de 93 anos, tinha ainda outras patologias associadas à idade avançada, como diabetes ou insuficiência cardíaca. Morbilidades que também afetavam a idosa, de 89 anos, que morreu segunda-feira no mesmo hospital.
Permanecem ainda hospitalizados uma idosa, que foi encaminhada para os cuidados de saúde ainda no fim-de-semana e dois utentes, também com diagnóstico positivo para o novo coronavírus, que nos últimos dias precisaram de assistência médica
Ao contrário do que se passou numa residência sénior da Maia, onde ocorreram duas mortes devido à Covid-19 e foi, então, decidido transferir os 58 os idosos para uma unidade hoteleira, os utentes do lar da Geri Branca diagnosticados com Covid-19 vão permanecer no lar privado. Por tempo indeterminado. Só serão transferidos para uma unidade hospital em caso de agravamento do seu estado de saúde.
A garantia é dada por Lurdes Reis, segundo o que lhe foi transmitido pelo delegado de saúde que está a acompanhar o caso e a Segurança Social. “O que me disseram é que, neste momento, não têm resposta social para este caso. As famílias não os podem receber porque isso seria um risco. Só os casos negativos é que podem ser entregues aos familiares. Os restantes vão ter de aguardar numa ala própria para os idosos infetados enquanto desinfetamos as restantes zonas do lar“, explica Lurdes Reis, que confirma que a desinfeção está agendada para este sábado.
Também as três funcionárias já diagnosticadas com o novo coranavírus, e que se mantêm isoladas na instituição a cuidar dos idosos sem folgas ou pausas, não serão transferidas. Terão de se manter na residência. Até quando, e em que condições, “ninguém sabe”. “Não sei quanto tempo mais vamos aguentar esta situação”, lamenta a diretora, receando que o seu teste ao Covid-19 seja positivo, e que lhe crie ainda mais dificuldades em manter o lar em funcionamento.