Antes, ainda na terça-feira, houve a reunião da Federação com as 22 associações distritais de futebol. Depois, esta tarde, o encontro entre a Federação e os 34 clubes das ligas profissionais (com a presença de Pedro Proença, líder da Liga de Clubes). No meio, esta manhã, acabaram por estar as respostas possíveis num cenário onde existem sobretudo dúvidas: a videoconferência da UEFA com as 55 federações que fazem parte do órgão, onde Portugal esteve representado por Tiago Craveiro. Fernando Gomes, presidente da Federação, juntou dirigentes da Primeira e Segunda Liga para começar a definir as próximas linhas das competições no país e grande parte do que foi dito acabou por ir na linha das recomendações que tinham sido destacadas pela UEFA.
A explicação, a nível de provas profissionais, é simples: Portugal tem apenas dez jornadas por disputar nos dois principais campeonatos, além da final da Taça, além de não contar com representantes nem na Liga dos Campeões nem na Liga Europa. Ou seja, qualquer calendário que venha a ser desenhado para provas em Inglaterra, em Espanha ou em Itália, todos com o foco de terminar as competições relativas a 2019/20, funciona como marcador ou referência para a realidade nacional. E essa acabou por ser uma de várias conclusões.
Conclusão 1. A ideia passa por concluir a Primeira Liga e a Segunda Liga, bem como a final da Taça de Portugal, no limite até ao princípio de agosto, seguindo aquilo que tinha sido referido pela UEFA e que colocava dois cenários possíveis em cima da mesa: retomar as provas no início de junho ou no final de junho, o que levaria as decisões para agosto. A possibilidade de haver uma retoma gradual com os primeiros encontros realizados à porta fechada tinha sido também ventilado na reunião do órgão que tutela o futebol europeu e foi levantado pelo líder da Federação, assumindo-se como um cenário provável esse regresso sem público. O Observador confirmou que Portugal terá de entregar os clubes participantes nas competições europeias até 3 de agosto.
Conclusão 2. Caberá à Liga de Clubes a decisão de prolongar ou não os campeonatos profissionais para lá de 30 de junho, como estava previsto em termos estatutários. Havendo essa luz verde, surge uma outra questão de ordem mais jurídica: como contornar os casos de jogadores que terminam contrato nessa data? Nestes casos, terá de haver acordo entre clubes e atletas numa medida de exceção também abordada pela UEFA.
Conclusão 3. O atraso no final da temporada de 2019/20 traz consequências diversas em relação à próxima época: as provas europeias deverão começar em outubro e não em setembro; as datas limite do mercado de transferências serão alargadas para lá de 31 de agosto e de forma transversal a todas as ligas; e os critérios de licenciamento e de fair play financeiro serão retardados, de acordo com o que foi deliberado pela UEFA.
Liga de futebol diz que é impossível definir data para o regresso
Conclusão 4. De acordo com o jornal Record, a possibilidade de lay off no futebol profissional estará também em cima da mesa, não havendo ainda qualquer decisão sobre um assunto que está na esfera da Liga de Clubes e não da Federação Portuguesa de Futebol. Único ponto que é dado como certo nesta fase: com a quebra brutal (e natural) de receitas nesta fase, terá de existir uma diminuição de custos e também por isso foi criado há duas semanas um Grupo de Acompanhamento dos Impactos Económicos do Futebol Profissional.