O PSD Lisboa apresentou esta quarta-feira uma moção a pedir que a câmara municipal de Lisboa recomendasse o uso generalidade de máscaras de proteção individual nas situações de interação social. A moção do vereador João Pedro Costa, contudo, foi rejeitada esta manhã em reunião de câmara, com os votos contra do PS, PCP e BE, e os votos a favor do PSD e do CDS, apurou o Observador.

A ideia era que as máscaras de proteção individual tivessem de ser usadas pelos lisboetas durante os momentos em que estão na rua, por exemplo, a fazer compras, mas também por quem trabalha e visita Lisboa. Os vereadores do PSD sugeriam ainda que a câmara garantisse o acesso generalizado a este tipo de máscaras a um “preço tabelado entre intervalos regulados”, de forma a que assegurasse a existência de stock para os trabalhadores da linha da frente do combate ao novo coronavírus. Essa garantia de stock seria feita através de uma mobilização do setor empresarial e académico, bem como através de diligências tomadas junto do Governo.

Na moção, assinada pelo vereador do PSD em Lisboa João Pedro Costa, o PSD Lisboa lembra que, numa primeira fase, “a Direção-Geral de Saúde emitiu recomendações para a não utilização generalizada de máscaras, contrariando as orientações de diversos especialistas e académicos, do US Center for Disease Control and Prevention, bem como a prática dos países com sucesso nesta fase, como foram a Coreia do Sul, Macau, Áustria ou a República Checa, tendo porém mais recentemente vindo a admitir “uma alteração possível” ao critério de utilização”.

Criticando o facto de, em Portugal, os supermercados e farmácias não procederem à venda generalizada de máscaras por “indisponibilidade de stocks”, e o facto de não serem “públicos dados sobre a capacidade de produção em massa de máscaras em Portugal”, o vereador social-democrata entende que “existe hoje evidência científica” de que os assintomáticos são os que mais podem transmitir o vírus, pelo que “o uso de máscaras poderá ter um impacto importante no combate à disseminação da doença”.

No passado dia 6 de abril, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deu um passo atrás na política e recomendou que as máscaras “devem ser usadas de forma segura como parte de um pacote integrado de intervenções” onde se inclui o distanciamento físico e o reforço das medidas de higiene. Na sequência da posição tomada pela OMS, também a Ordem dos Médicos partiu em defesa do uso generalizado de máscaras, sugerido à DGS que revisse e operacionalizasse os critérios de utilização universal de máscaras de proteção individual, “sobretudo nos espaços públicos onde a distância de segurança seja mais difícil de manter”. É o caso dos transportes públicos ou dos supermercados, por exemplo.

“A cidade de Lisboa assume características particulares, que aumentam as ocorrências de interação social, por ser uma plataforma de mobilidade nacional e internacional (aérea, naval, ferroviária e rodoviária), pela sua função de capital e centro empresarial (concentrando diversos serviços públicos e sedes de empresas), pela densidade populacional, pelo dinamismo empreendedor, cultural, social, pela atratividade turística, entre outras”, lia-se ainda na moção social-democrata.

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