Houve apenas mais 7 novas confirmações de contágio pelo novo coronavírus na zona de Lisboa e Vale do Tejo nas 24 horas de sábado, segundo os dados do mapa global do boletim diário divulgado pela Direção-Geral de Saúde (DGS) este domingo, 12 de abril. A juntar às 13 do boletim anterior, constata-se que em 48 horas houve apenas 20 novas confirmações de infeção, ao passo que nesse mesmo período houve 850 novos casos confirmados no norte do país, onde há perto de 10 mil infetados.

Este é um dos destaques principais do boletim divulgado este domingo pela Direção-Geral de Saúde. Um boletim que, além dos 16.585 casos confirmados, deu conta de 504 mortes, mais 34 do que na véspera (incluindo mais uma com idade entre 40 e 49 anos).

Do lado das boas notícias, 277 recuperados e uma estabilização do número de pessoas hospitalizadas: 1.177 doentes internados, mais dois do que na véspera. Houve, também, uma redução do número de casos em cuidados intensivos (228, menos cinco do que na véspera). Eis os principais detalhes do boletim divulgado este domingo, 12 de abril.

Número total de casos, mortes e recuperados

Aumentou o número de confirmações totais, até à meia-noite de domingo, para 16.585, o que corresponde a uma subida de 598 casos. Em termos percentuais, é um dos aumentos menores do que há registo, desde que a pandemia chegou a Portugal: 3,7%. Já na véspera o ritmo de novas confirmações tinha ficado na casa dos 3%, depois dos 11% do dia anterior (um valor que fez soar alguns alarmes mas que parece estar a ser “corrigido” nestes dois últimos boletins).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As 34 novas mortes, nas 24 horas até ao início deste domingo, são, porém, um dos piores registos de sempre, apenas menos uma do que as registadas na véspera (35). O pior dia continua a ser as 37 vítimas mortais do dia 3 de abril.

Já morreram 504 pessoas com Covid-19 em Portugal, segundo estes dados da DGS. Portugal passou pela primeira vez a ter uma uma taxa de letalidade global ligeiramente superior a 3%, metade da taxa de mortalidade a nível mundial (6,1%) se compararmos as 109.823 mortes face às 1.789.985 confirmações de contágio (dados da Johns Hopkins).

Pelo contrário, já 277 casos foram enunciados como “recuperados”, mais 11 do que na véspera, uma contabilização que tem acelerado nos últimos dias à medida que os doentes tiveram tempo para debelar a infeção e ter testes negativos que comprovem a recuperação. No início desta semana (6 de abril) havia apenas 75 recuperações.

Caracterização dos óbitos

Houve mais uma morte na faixa etária dos 40 a 49 anos – mais uma mulher, segundo o boletim deste domingo. Já morreram quatro mulheres e um homem com menos de 50 anos, com esta doença.

Todas as outras mortes, 33, portanto, foram registadas nas faixas etárias mais avançadas: mais oito com 70-79 anos e 25 com mais de 80 anos, como sublinhou a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa.

Caracterização do número de casos por região

A julgar pelos dados do mapa global que aparece na primeira página do boletim, houve um aumento marginal (7) das confirmações na zona de Lisboa de Vale do Tejo, de 3.834 para 3.841 – tal como na véspera, não chega a ser suficiente para arrendondar para 1%.

De acordo com este mapa, houve apenas 20 novos casos nas últimas 24 horas na zona de Lisboa e Vale do Tejo, embora a análise por concelho, mais abaixo, permita tirar outro tipo de conclusões (98 casos só em Lisboa, Sintra e Cascais, somados, nas últimas 48 horas, por exemplo).

Ainda assim, é clara a tendência de uma propagação muito mais acelerada no norte do país (pelo menos, quando se fala em casos confirmados). De acordo com o mapa global, houve mais 483 casos nas últimas 24 horas, ascendendo a 850 nas últimas 48 horas.

Na zona centro deu-se um aumento de 4% (99 novos casos nas últimas 24 horas, para um total de 2.426) e no Alentejo mais nove casos (para 139). No Algarve (279, no total), nos Açores (94) e na Madeira (59) não houve novas confirmações nas 24 horas a que se reporta este boletim.

Número de casos por grupo etário

Nas faixas etárias superiores a 70 anos, onde a taxa de mortalidade está acima de 10%, já houve um total de infeções confirmadas por Covid-19 que ascende aos 3.978. Com mais de 80 anos há 845 homens e 1.616 mulheres infetadas com o novo coronavírus.

Por outro lado, aumentou para 713 o número de crianças ou jovens com até 19 anos de idade, mais 33 casos do que aqueles que tinham sido reportados até à véspera. A maior concentração de casos mantém-se entre os 40 e os 59 anos, onde foram confirmados 5.786 casos positivos, quase 35% dos 16.585 globais no país.

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Mais boa notícia: baixou o número total de pessoas internadas em cuidados intensivos. Eram à meia-noite deste domingo 228 internados a precisar de assistência médica mais intensiva, menos cinco do que na véspera, segundo o boletim.

Esta é uma redução em termos líquidos, porque a maior parte (ou todos) os óbitos ocorrem em pessoas que estavam na unidade de cuidados intensivos (subtraindo ao número total). Continua, assim, a haver um número considerável de pessoas que, a cada dia, estão no hospital e acabam por ver a sua condição agravar-se ao ponto de necessitarem de cuidados intensivos.

Também houve uma quase estabilização do número de internamentos em hospital (que incluem os cuidados intensivos, é claro). Eram à meia-noite 1.177, apenas mais duas do que na véspera. Cerca de 88% dos doentes estão a ser tratados em casa, segundo os dados da DGS.

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Houve uma descida de 350 pessoas que estão a aguardar resultado laboratorial. Eram 3.961 na véspera e esse número baixou para 3.611 até à meia-noite deste domingo (menos 9%).

Já foi possível, também, despistar mais de 116 mil casos, um aumento de 5% face aos cerca de 110.000 do dia anterior. Os contactos em vigilância pelas autoridades de saúde registaram mais uma descida, de 25.432 para 25.041 (menos 2%, aproximadamente).

Número de casos por concelho

A tabela de confirmações por concelho, que nem sempre bate certo com os dados do mapa global, é possível constatar que Lisboa continua a ser o concelho com mais casos: 890, mais 23 do que apresentado no boletim da véspera. Porto (885), Vila Nova de Gaia (796), Gondomar (681) e Matosinhos (682) são os concelhos que se seguem.

Além destes, existem já 10 outros concelhos com mais de duas centenas de casos positivos: Santa Maria da Feira (269), Coimbra (269), Ovar (409), Sintra (394), Braga (621), Valongo (479), Maia (588), Cascais (261), Guimarães (201) e Vila Nova de Famalicão (211).

Número de casos importados

O boletim deste domingo contém algumas novidades, também, em relação à distribuição de casos importados, de onde se destaca, por exemplo, a entrada do Japão (com um caso) nesta listagem.

No total, houve mais 36 novos casos importados, com as maiores entradas vindas de Espanha (mais sete casos, para 167) e do Reino Unido (também sete novos, para um total de 75).

A destacar, também, o Brasil e França com cinco novos casos cada um (27 e 123, respetivamente). Da Argentina vieram três novos casos e da Suíça mais dois.

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

A tosse continua a ter a maior prevalência entre os sintomas manifestados pela pessoas infetadas, surgindo em 56% dos casos. O outro sintoma muito relevante é a febre, com 42% – números que têm por base a informação reportada relativa a sintomas em 78% dos casos confirmados.

Os profissionais de saúde estão, também, a registar que os pacientes se queixam de dores musculares (29%) e cefaleias (26%). Fraqueza generalizada (23%) e dificuldades respiratórias (17%) são os sintomas com menor taxa de incidência. Não houve alterações em qualquer um destes indicadores, em relação à véspera.

https://observador.pt/2020/04/12/idosos-podem-ter-de-isolar-se-ate-ao-fim-do-ano-avisa-presidente-da-comissao-europeia/