São empresários, políticos, profissionais da saúde ou da comunicação social, representantes desportivos, líderes de confederações patronais e de sindicatos, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, chefs e até um músico. 159 personalidades portuguesas subscreveram uma carta, enviada esta segunda-feira ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao presidente da Assembleia da República, a pedirem uma estratégia integrada para a retoma “gradual” da atividade económica, mas acompanhada de novas medidas de contenção para evitar uma possível segunda vaga de infeções que consideram que podia ser “catastrófico para o País”. Entre as propostas que fazem estão duas polémicas: o uso generalizado de máscaras e a identificação e notificação automática, via SMS, das pessoas em risco.

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A ideia generalizada da carta é a de que o motor da economia tem de voltar a trabalhar tão cedo quanto possível, mas sempre com as devidas cautela. “Uma segunda vaga seria ainda muito mais difícil a todos os níveis, sobretudo a nível da confiança dos agentes”, diz ao Observador um dos organizadores da iniciativa, o economista Pedro Santa Clara. “Temos de encontrar uma forma de, com total segurança do ponto de vista da saúde pública, retomar a atividade económica“, resume o economista.

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Na carta endereçada a Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Eduardo Ferro Rodrigues, as 159 personalidades reconhecem os esforços feitos pelas várias autoridades para combater o vírus, mas pedem que “em consonância com o parecer dos técnicos especialistas, o estado de emergência venha a ser levantado gradualmente com a mitigação da epidemia“.

Esta abordagem, defendem, “liberta a economia e permite que a atividade volte à normalidade possível dentro do quadro que vivemos”. Além disso, possibilitará “um regresso à atividade normal do SNS para outras patologias não Covid-19”. Mas exigirá também a implementação de novas medidas de contenção “para prevenir novos surtos que obriguem a períodos de “lockdown” [paragem da atividade] intermitentes”.

Acreditamos que não é possível suspender a atividade económica até que não exista qualquer risco de contágio. O nosso modelo de sociedade não suportaria uma espera tão prolongada. Mas também consideramos que seria uma atrevida inconsciência retomar a atividade sem adotar cuidados adicionais que garantam que não teremos um ressurgimento a curto e médio prazo.”

Citando exemplos como o Japão, Singapura e a Coreia do Sul, os subscritores acreditam ser possível, “com medidas de contenção muito rigorosas manter a economia em funcionamento sem “lockdown” e, ao mesmo tempo, conter a propagação do vírus num patamar inferior a um número restrito de casos por dia”. Um “lockdown” como o que assistimos “é um modelo cego e com impacto sem retorno na economia de um país“.

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A estratégia, defendem, deve aliás ser comunicada atempadamente aos portugueses para lhes explicar a tal “abordagem do “phase-out” do “lockdown”” que exigirá sempre a “implementação de medidas de contenção adicionais”. “Estas medidas deverão ser desenhadas e apresentadas a todos os portugueses desde já, como plano de salvaguarda, e garante de que estaremos preparados para o risco de um eventual novo surto”.

Aliás, a preocupação de uma segunda vaga da doença é uma constante da constante na carta, pelo impacto que podia ter a nível económico e social.

“Pedimos que preparem o país para começar a encontrar respostas, desde já, para a possibilidade de uma segunda vaga de infeções Covid-19”, porque “qualquer cenário de um segundo surto e consequente ”lockdown” num futuro próximo poderá ser catastrófico para o nosso País”, dizem.

Entre os subscritores estão nomes como Miguel Pinto Luz (autarca e ex-secretário de Estado do PSD); Pedro Santa Clara (economista e professor catedrático na Nova SBE); Jaime C. Branco (médico e diretor da Nova Medical School); António Saraiva (presidente da CIP); Carlos Silva (secretário geral da UGT); Luis Palha (presidente da Pharol); Manuel Rodrigues (docente em Finanças na King’s College London); Álvaro Covões (produtor de espetáculos); Ana Paula Martins (bastonária da Ordem dos Farmacêuticos); Mário Vaz (presidente da Vodafone Portugal); Miguel Almeida (presidente da NOS); Miguel Gameiro (músico); Pedro Proença (presidente da Liga Portuguesa de Futebol); Vítor Sobral (chef); Ricardo Mexia (Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública); Martins da Cruz (embaixador e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros), entre outros empresários, médicos, enfermeiros, advogados, políticos ou professores.

As 10 medidas que defendem os subscritores

São medidas “excecionais e temporárias“, mas necessárias para que a economia possa retomar ao pouco os seu percurso. A ideia não é totalmente nova: já vários países estão a implementar medidas de levantamento gradual nas restrições — está a acontecer na China, na Áustria e, aqui ao lado, em Espanha, onde, esta segunda-feira, muitos trabalhadores (sobretudo da construção e da indústria, que não podem teletrabalhar) regressam às suas atividades. Para que isso aconteça com segurança, uma das medidas adotadas pelo governo espanhol foi a distribuição de 10 milhões de máscaras a quem terá de se deslocar de transportes públicos para o local de trabalho.

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Por cá, a DGS continua a manter que não é preciso que todos usem máscaras, mas deve divulgar a qualquer momento novas normas, que anunciou já na passada quinta-feira.

Estas são as 10 ideias propostas pelos 159 subscritores:

O uso obrigatório de máscaras por parte de toda a população para reduzir a transmissão do vírus. No caso de se verificar a escassez de máscaras, as mesmas devem ser confecionadas em casa seguindo as instruções do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas e de entidades internacionais como o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos EUA;

Diagnóstico precoce de Covid-19 testando todos os casos suspeitos num prazo máximo de 24 horas desde a manifestação dos sintomas, bem como a massificação da utilização de teste serológicos na população em geral;

Para cada caso positivo, e sob a supervisão da comissão de proteção de dados, solicitação, pelas autoridades de saúde aos operadores de redes móveis, da lista dos cidadãos que terão sido potencialmente expostos a risco de contágio, nos 14 dias anteriores à realização do teste entretanto confirmado positivo (uma medida, que, segundo Pedro Santa Clara, as operadoras teriam capacidade de fazer). Os delegados de saúde deverão notificar (“SMS” ou contacto telefónico) cada cidadão em risco e consequentemente emitir um “certificado de isolamento profilático de 14 dias”, à semelhança do que já hoje é praticado;

Isolamento obrigatório de todos os casos confirmados (positivos);

Utilização de equipamento de proteção individual que confere proteção máxima para todos os profissionais de Saúde seja em zona Covid-19 seja em zona não-Covid-19 para evitar contágio de profissionais por doentes Covid-19 que não se enquadrem na definição de caso suspeito em vigor;

Capacitação de profissionais de saúde e de grupos específicos (em escolas/empresas);

Disponibilização de solução de base alcoólica em locais públicos com dispensador “contactless”;

Manutenção de todas as medidas de distanciamento social que não tenham impacto económico, tais como o regime de teletrabalho sempre que possível;

Ponderação individual do “phase-out [abandonamento gradual] de cada medida de “lock-down”;

A decisão de abertura, consubstanciada, em qualquer circunstância, num plano integrado a desenvolver e que passará por efetivar novos investimentos no SNS, reforçar a economia, potenciar o nosso tecido produtivo nacional, salvaguardar o nosso sistema de ensino, garantir a segurança interna, para além das medidas de contenção da epidemia que a cada momento se considerem necessárias.

“Temos consciência e congratulamo-nos pela rápida e eficaz implementação de todo o plano de emergência nacional”, escrevem, como o encerramento de escolas ou a dotação do SNS com mais ventiladores. “Não podemos, no entanto, deixar de notar que Portugal ainda não ganhou esta primeira batalha.”

“A economia não aguenta um segundo lockdown”

A ideia de juntar pessoas de diferentes áreas num pedido comum partiu “de um pequeno grupo de pessoas que estão preocupadas e conversam frequentemente. Pensámos: como é que podemos criar condições para continuar o combate a esta epidemia, mas de uma maneira que permita reabrir a atividade económica? Porque temos uma economia muito fragilizada de um período de fraco crescimento que não aguenta muito mais tempo parada“, defende ao Observador Pedro Santa Clara. Em 48 horas, foram passando a palavra e o número de subscritores foi crescendo, conta, por sua vez, Miguel Pinto Luz, autarca do PSD, outro dos autores da iniciativa.

Perante uma economia que “precisa de oxigénio” e que “não pode continuar parada”, e da possibilidade de um segundo lockdown, “temos de estudar muito bem como podemos fazer esse faseamento de abertura gradual e criar regras para prevenir um segundo surto, que não é desejável, mas temos de estar preparados, municiados, caso aconteça”, afirma ao Observador. Daí as medidas propostas para “agir por antecipação e não por reação“. “A economia não aguenta um segundo lockdown. Até agora, tivemos vantagem face a outros países na Europa, em Itália e Espanha. Mas isso não quer dizer que num segundo surto, a existir, não possamos ser os primeiros.”

“Tem de ser feito um plano estratégico, que não passa só pelo plano da saúde pública, mas por um plano integrado, da economia à educação, à Segurança Social, a administração interna, sociedade civil, técnicos de saúde publica”, diz Miguel Pinto Luz.

Entre os subscritores estão ainda António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), e Carlos Silva, líder da UGT, que defendem uma ação integrada que permita a retoma, mas salvaguardando a segurança dos trabalhadores.

Ao Observador, o presidente da CIP defende que é necessário conciliar a saúde pública e a economia. “Como o número de pessoas e empresas que temos em layoff, que seguramente vai subindo à medida que o confinamento geral se prolonga, temos de encontrar um compromisso entre uma coisa e outra. Se nos preocuparmos apenas na crise sanitária e ignorarmos as formas de saída com os devidos cuidados, depois de dominarmos a pandemia, podemos vir a ‘morrer’ da falta de economia“.

Carlos Silva, da UGT, refere que o crescimento “gradual dos pedidos de subsídio de desemprego” — que, segundo dados do Ministério do Trabalho, têm sido, em média, de 4 mil por dia — e a perda de rendimentos por via do layoff são fatores de preocupação. Além disso, “há micro e pequenas empresas que se não reabrirem daqui a um mês vão morrer”.

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O regresso a uma “nova normalidade” deve, por isso, ser feito, mas “se todos os trabalhadores tiverem proteção”. “Há-de haver um momento em que o Governo deve suscitar o uso obrigatório de máscara para todos. Temos de começar a trabalhar com segurança: com viseiras, luvas, máscaras.” Além disso, é preciso que os trabalhadores sintam segurança no SNS, “e saibam que, se precisarem, o SNS está devidamente equipado e preparado para as ajudar“.

Já Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP), um dos setores fortemente afetados pela crise, não esconde a preocupação de uma segunda vaga. “Temos de estar preparados para que não tenha os efeitos desta. Seria uma tragédia, seria muito pior. Temos de passar esta mensagem às pessoas: de que, se ela vier a existir, estaremos preparados. Não temos nenhuma hipótese de falhar. A economia precisa urgentemente que se volte a alguma normalidade.”

Leia a carta na íntegra neste link ou aqui em baixo:

Somos um conjunto de portugueses profundamente preocupados com o futuro do nosso país. Os tempos são extremamente exigentes e merecem de todos uma resposta célere e à altura dos acontecimentos.

Sua Excelência, o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo têm sido o garante da implementação de todas as medidas de contenção e prevenção no momento e na medida necessários. Os subscritores reconhecem que o papel de cada um foi fundamental para que hoje Portugal possa dizer que se antecipou a um “tsunami” que, de outra forma, teria sido devastador, à semelhança do que estamos a assistir na nossa vizinha Espanha.

Temos consciência e congratulamo-nos pela rápida e eficaz implementação de todo o plano de emergência nacional, que conforme evidência noutros países, está a atingir os resultados esperados, de abrandamento da curva de propagação da epidemia e consequente manutenção da capacidade instalada do nosso Serviço Nacional de Saúde. Não podemos, no entanto, deixar de notar que Portugal ainda não ganhou esta primeira batalha.

Partindo do pressuposto que dificilmente algum país estaria preparado para os efeitos de uma pandemia deste nível, não podemos, no entanto, deixar de dirigir-vos estas palavras.

Saudamos a atitude do Governo português, nas medidas possíveis de contenção. Do encerramento das escolas, passando pelas medidas de proteção das pessoas, bem como na luta que desenvolve todos os dias, num mercado agressivo, para dotar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) mais ventiladores e outros equipamentos essenciais para a preservação de mais vidas.

É essencial ter uma radiografia clara e transparente dos necessários investimentos adicionais no SNS, de forma a estar preparado para todos os cenários.

Conforme o alerta da Ordem dos Médicos, temos hoje a consciência clara de que milhares de utentes evitam o SNS, por receio de potencial contágio. Este facto leva a que patologias mais frequentes e igualmente fatais estejam a ser diagnosticadas tardiamente, com consequente aumento da morbilidade e mortalidade.

O nosso SNS, apesar de todas as limitações, tem vindo a ser capaz de estar à altura dos acontecimentos, é por isso devido um agradecimento e um profundo reconhecimento a todos os profissionais de saúde que na linha da frente combatem este Vírus.

Recusamos o debate dualista entre economia e saúde pública que em nada contribui para a tranquilidade da população. Mais do que dados economicistas preocupa-nos a sobrevivência de um modelo de sociedade que tanto nos custou a conquistar e que depende em grande parte da igualdade de oportunidades e do bem comum das nossas comunidades

Sabemos, e é desejável, que havendo garantias de saúde pública, em consonância com o parecer dos técnicos especialistas, o estado de emergência venha a ser levantado gradualmente com a mitigação da epidemia. Esta medida liberta a economia e permite que a atividade volte à normalidade possível dentro do quadro que vivemos, situação fundamental dado o contexto económico que enfrentamos. Este processo irá restabelecer a confiança e o regresso à atividade normal do SNS para outras patologias não COVID-19. Acreditamos que rapidamente a economia começará a dar sinais de robustecimento e vitalidade crescente. A abordagem do “phase-out” do “lockdown” exigirá, contudo, a implementação de medidas de contenção adicionais para prevenir novos surtos que obriguem a períodos de “lockdown” intermitentes. Estas medidas deverão ser desenhadas e apresentadas a todos os portugueses desde já, como plano de salvaguarda, e garante de que estaremos preparados para o risco de um eventual novo surto.

Sendo este o caminho previsível, não podemos deixar de estar preocupados com o futuro e queremos por isso lançar um apelo a Vossas Excelências, para que preparem o país para começar a encontrar respostas, desde já, para a possibilidade de uma segunda vaga de infeções COVID-19. Qualquer cenário de um segundo surto e consequente ”lockdown” num futuro próximo poderá ser catastrófico para o nosso País.

Acreditamos que não é possível suspender a atividade económica até que não exista qualquer risco de contágio. O nosso modelo de sociedade não suportaria uma espera tão prolongada. Mas também consideramos que seria uma atrevida inconsciência retomar a atividade sem adotar cuidados adicionais que garantam que não teremos um ressurgimento a curto e médio prazo.

Dirigimo-nos, pois, a Vossas Excelências, consideradas as especiais funções que desempenham na defesa do interesse supremo de Portugal e na proteção da população.

É urgente aumentar, desde já, as medidas de contenção de saúde pública e é premente identificar as medidas a adotar no desejado fim do ”lockdown”. Tomamos a liberdade de sugerir um conjunto de medidas efetivas para essa prevenção.

Vossas Excelências,

São medidas concretas e que merecem da parte dos decisores políticos coragem para agir. O valor da vida e da sustentabilidade do nosso modelo de sociedade não é incompatível com a suspensão de alguns direitos dos cidadãos por um curto período de tempo.

São medidas excecionais e temporárias, mas essenciais para cuidar da vida dos portugueses, sobretudo quando enfrentamos um período excecional da nossa história.

É fundamental criarmos uma alternativa a novos períodos de “lockdown” – que se apresentam como um modelo cego e com impacto sem retorno na economia de um país. Vários países (e.g. Japão, Singapura, Coreia do Sul) mostram ser possível com medidas de contenção muito rigorosas manter a economia em funcionamento sem “lockdown” e, ao mesmo tempo, conter a propagação do vírus num patamar inferior a um número restrito de casos por dia.

De entre a necessidade de introdução de medidas adicionais de contenção da epidemia de COVID-19 destacam-se alguns exemplos que se julgam necessários:

  • uso obrigatório de máscaras por parte de toda a população para reduzir a transmissão do vírus. No caso de se verificar a escassez de máscaras, as mesmas devem ser confecionadas em casa seguindo as instruções do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas e de entidades internacionais como o “Centers for Disease Control and Prevention” (CDC) dos EUA; 
  • diagnóstico precoce de COVID-19 testando todos os casos suspeitos num prazo máximo de 24 horas desde a manifestação dos sintomas, bem como a massificação da utilização de teste serológicos na população em geral;
  • para cada caso positivo, e sob a supervisão da comissão de proteção de dados, solicitação,pelas autoridades de saúde aos operadores de redes móveis, da lista dos cidadãos que terão sido potencialmente expostos a risco de contágio, nos 14 dias anteriores à realização do teste entretanto confirmado positivo. Os delegados de saúde deverão notificar (“SMS” ou contacto telefónico) cada cidadão em risco e consequentemente emitir um “certificado de isolamento profilático de 14 dias”, à semelhança do que já hoje é praticado;
  • isolamento obrigatório de todos os casos confirmados (positivos);
  • utilização de equipamento de proteção individual que confere proteção máxima para todos os profissionais de Saúde seja em zona COVID-19 seja em zona não-COVID-19 para evitar contágio de profissionais por doentes COVID-19 que não se enquadrem na definição de caso suspeito em vigor;
  • capacitação de profissionais de saúde e de grupos específicos (em escolas / empresas);
  • disponibilização de solução de base alcoólica em locais públicos com dispensador “contactless”;
  • manutenção de todas as medidas de distanciamento social que não tenham impacto económico, tais como o regime de teletrabalho sempre que possível;
  • ponderação individual do “phase-out” de cada medida de “lock-down”;
  • A decisão de abertura, consubstanciada, em qualquer circunstância, num plano integrado a desenvolver e que passará por efetivar novos investimentos no SNS, reforçar a economia, potenciar o nosso tecido produtivo nacional, salvaguardar o nosso sistema de ensino, garantir a segurança interna, para além das medidas de contenção da epidemia que a cada momento se considerem necessárias.

As medidas supramencionadas têm um caráter não exaustivo e pretendem principalmente sinalizar a nossa maior preocupação de limitar, a todo o custo, o risco de ressurgimento de picos de doença, de modo a diminuir o risco de uma necessidade adicional de um novo período de “lockdown”. Consideramos que a adoção de novas tecnologias e métodos de controlo da epidemia deverão ser tidos em conta.

Acreditamos que Portugal precisa de, tão rápido quanto possível, reinventar e ajustar rotinas tendentes ao regresso a uma certa normalidade reinventada e, com isto, a nossa economia iniciar uma recuperação acelerada.

A saída desta crise de saúde pública, social e económica depende da forma como possamos conviver, não só com o período de “lockdown” que ainda temos pela frente, mas principalmente com a contenção do vírus durante o restabelecimento de uma “nova normalidade”.

Estamos certos que, Vossas Excelências, tomarão em boa conta estas propostas.

É notório para todos que as empresas, a economia e a sociedade não aguentam uma nova vaga de infeções COVID-19.

Acreditamos que Sua Excelência, o Presidente da Rep´ública, a Assembleia da República e o Governo terão, em conjunto, a força e vontade políticas capazes de influenciar os decisores em Portugal, na defesa da saúde e do bem-estar de todos os portugueses.

Sua Excelência, o Senhor Presidente,
Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhor Primeiro Ministro,
Vossas Excelências,

Os signatários disponibilizam-se, desde já, para colaborar com todas as autoridades e instituições na prossecução de um plano ambicioso, que salvaguarde a saúde e bem-estar dos Portugueses e, concomitantemente garanta todas as condições para a nossa economia voltar a crescer e mostrar que Portugal quando unido, ultrapassa todas as adversidades.

Confiamos no vosso discernimento e influência. Precisamos que cuidem da nossa nação.

Os Subscritores:

  1. Acácio Teixeira – Presidente Grupo SeaSide
  2. Alcibíades Paulo Guedes – Presidente do INEGI e Professor da FEUP
  3. Alexandra Company Barceló – médica de família
  4. Alexandre Fonseca – Presidente da Altice Portugal
  5. Alexandre Relvas – Empresário, Ex Secretário de Estado
  6. Alfredo Casimiro – Presidente Urbanos / GroundForce
  7. Álvaro Covões – Produtor de espetáculos
  8. Ana Carina Ferreira – Médica Nefrologista no hospital Curry Cabral (CHULC)
  1. Ana Lia Mano, Pediatria, CHULC
  2. Ana Lídia Dias, Médica Interna de Anestesiologia, CHU São João
  3. Ana Margarida Silva Fonseca, Médica Pediatra
  4. Ana Messias, médica dentista Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
  5. Ana Patrícia Rodrigues – Médica Interna de Formação Específica em Anatomia Patológica noCentro Hospitalar e Universitário do Porto
  6. Ana Paula Martins – Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos
  7. André Maia – Enfermeiro Hospital de Faro
  8. Ângela Almeida Costa, Médica MGF
  9. Aníbal Campos, Chairman e CEO da SILAMPOS e Presidente da AIMMAP;
  10. Antoine Blanchys Ferreira, Mediapost Portugal
  11. António Bernardo – Roland Berger Portugal / Brasil
  12. António Jacinto Mira – Prime Hotels Group
  13. Antonio Loureiro – TRAVELPORT General Manager Portugal & Strategic accounts SouthernEurope
  14. António Marques Vidal, Empresário e Presidente da APECATE
  15. António Martins da Cruz, Embaixador, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros
  16. António Melo – Médico Anestesiologista
  17. António Mendes – Diretor RFM
  18. António Neves da Silva – Médico
  19. António Saraiva – Presidente da CIP
  20. Armando Garcia- Médico e Cirurgião Oftalmologista
  21. Armindo Monteiro – Presidente da COMPTA
  22. Bernardo Barata, Médico Psiquiatra, CHBM
  23. Bruno Bobone – Presidente da Camara de Comercio e Indústria Portuguesa
  24. Bruno Serra, Médico Especialista em Medicina Geral e Familiar, com funções em serviços deurgência hospitalares, emergência médica e telemedicina
  25. Carlos Cardoso – Presidente da Associação Portuguesa de Empresas do setor Eléctrico eElectrónica
  26. Carlos Silva – Secretário Geral da UGT
  27. Carolina Palmela, Gastrenterologia, Hospital Beatriz Ângelo
  28. Chitra Stern – Grupo Martinhal, United Lisbon International School e Grupo Elegant
  29. Daniel Taborda, Professor da Fac Economia Univ. Coimbra, Auditor, fundador Crioestaminal.
  30. David Tente – Médico anatomopatologista
  31. Dora Antunes, Ginecologia/Obstetrícia, CHUC
  32. Duarte Correia – Presidente Hotéis Regency e World2Meet
  33. Eduarda Marques – Diretora Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto Português doDesporto e Juventude e Diretora do Centro de Juventude de Lisboa.
  34. Eduardo Consiglieri Pedroso – CEO da Médis
  35. Eduardo Correia – Presidente Tagus Park e Professor ISCTE
  36. Fábio Cota Medeiros, médico, Infecciologista
  37. Fernando Torrinha – Médico Radiologista
  38. Filipa Novais, Médica Psiquiatra
  39. Francisco Febrero – CEO GFI Portugal / Roff
  40. Francisco Lorena – Presidente Gotan SGPS AS
  41. Francisco Manuel Barjona de Freitas Peixoto do Amaral – Cpa Master Web Solutions
  1. Hugo Cruz, Médico Patologista Clínico no Serviço de Microbiologia do Centro Hospitalar Universitário do Porto, EPE (CHUP) e Assistente Convidado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS|UP)
  2. Hugo Nogueira – EDP Distribuição
  3. Inês Leal, Médica Oftalmologista, CHULN
  4. Inês Pereira – Enfermeira peri operatório do centro hospitalar de Lisboa Norte
  5. Inês Pessanha – Cirurgia Pediátrica – HPC-CHUC
  6. Inês Romão Luz, Médica Pediatra
  7. Jaime C. Branco, Médico e Director da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicasda Universidade NOVA de Lisboa
  8. Joana Gonçalves Vale Gouveia, Médica de família,
  9. Joana Maciel – Médica Radiologista no Centro Hospitalar e Universitário do Porto
  10. Joana Serra Caetano, Médica, Pediatra
  11. João Filipe Barbosa Breda, Médico oftalmologista Centro Hospitalar Universitário São João.
  12. João Lemos Esteves – Docente Faculdade Direito de Lisboa
  13. João Nuno Palma – Administrador Millenium BCP
  14. João Pacheco de Castro sócio da Eurogroup Consulting Portugal
  15. João Pessoa e Costa – Gestor
  16. João Rafael Koehler – Empresário
  17. João Silveira – Farmacêutico
  18. Joaquim António Marques dos Reis – Professor Auxiliar do ISCTE-IUL.
  19. Joaquim Cabaço – Presidente Conselho Administração Executivo Trivalor SGPS, SA
  20. Jochen Michalski – Presidente Cork Supply Group
  21. Jorge Torgal, médico, Professor Catedrático de Saúde Pública
  22. José Bourbon-Ribeiro – CEO Grupo Urbanos
  23. José Ferreira Machado, Professor Catedrático da Nova SBE e Vice-Reitor da UniversidadeNova de Lisboa
  24. José lemos – Sócio Fundador da CWI
  25. José Luís Pinto Basto – Presidente Executivo – The Edge Group
  26. José Manuel Mendonça – Presidente do INESC TEC e Professor da FEUP.
  27. José Ramos – Presidente da Salvador Caetano Indústria, presidente da ACAP
  28. José Veiga Sarmento – Economista
  29. Laura Torres – Médica MGF
  30. Leonardo Mathias – Gestor, Ex-Secretário de Estado da Economia
  31. Liliana Gomes – Médica Epidemiologista
  32. Luís Lima – Presidente da Associação dos Profissionais de Empresas de Mediação Imobiliáriade Portugal
  33. Luis Mergulhao – CEO do Omnicom Media Group Portugal, Pro Reitor Universidade Nova deLisboa
  34. Luis Palha – Presidente da Pharol
  35. Luís Reis – Administrador da SONAE
  36. Luiz Godinho Lopes – Empresário
  37. Manuel Gonçalves- Médico, Consultor em Saúde e Desenvolvimento
  38. Manuel Rodrigues – Docente em Finanças King’s College London, Universidade de Londres
  39. Manuela Pereira – Médica anestesiologista – Centro Hospitalar e Universitário do Porto
  40. Marco Galinha – Presidente do Bel Group
  41. Maria João Peixoto, Medicina Geral e Familiar, USF Abel Salazar, Oliveira do Douro
  42. Mariana Alves, Medicina interna Hospital Pulido valente, CHULN
  43. Mariana Chaves – Nutricionista

93. Mário Assis Ferreira – Chairman Estoril Sol
94. Mário Gomes – Enfermeiro e Docente Anestesia e peri operatório 95. Mário Vaz – Presidente Vodafone Portugal
96. Miguel Almeida – Presidente da NOS
97. Miguel Gameiro – Músico
98. Miguel Laffan- Chef de Cozinha
99. Miguel Lucas – Presidente da OXY Capital

  1. Miguel Mora do Vale – Advogado
  2. Miguel Pinto Luz – Autarca e Ex. Secretário de Estado
  3. Miguel Ribeiro Ferreira – Presidente da Fonte Viva
  4. Miguel Rodrigues – Presidente CJR Group
  5. Miguel Sá Breda, ORL, Hospital de Braga
  6. Miguel Saraiva- Arquiteto
  7. Miguel Vieira – CEO Novos Rituais – Rituals Stores
  8. Nuno Freitas – Médico Anestesiologista
  9. Nuno Gonçalves, Oftalmologia, Hospital de Faro
  10. Nuno Jorge Lamas – Médico Interno de Formação Específica em Anatomia Patológica

no Centro Hospitalar e Universitário do Porto

  1. Nuno Santos – GFI
  2. Óscar Gaspar Presidente da Associação Hospitais Privados Portugal, Ex Secretário de

Estado do Orçamento

  1. Paulo Carmona Presidente do Fórum dos Administradores de Empresas
  2. Paulo Duarte – Presidente da Associação Nacional de Farmácias
  3. Pedro Alves, Médico – Imunoalergologia
  4. Pedro Machado – Presidente da Turismo do Centro.
  5. Pedro Mota Soares – Advogado, Ex Ministro da Segurança Social
  6. Pedro MR Veiga
  7. Pedro Proença – Presidente da Liga Portuguesa de Futebol
  8. Pedro Reis – Médico Anestesista – CHSJ
  9. Pedro Ribeiro, Diretor Radio Comercial e Diretor executivo da TVI
  10. Pedro Rodrigues – Director Geral Desafio Global
  11. Pedro Santa Clara – Economista e Professor Catedrático na Nova SBE
  12. Pedro Simões, Oncologia Médica
  13. Pierre Debourdeau : MP Eurogroup Consulting ,Presidente dos Conselheiros

Económicos de França em Portugal

  1. Rafael Campos Pereira – Advogado e Vice-Presidente Executivo da AIMAP
  2. Raquel Rocha, Neurologia
  3. Raul Martins – Presidente Grupo Altis
  4. René Arié – Empresário, Administrador Perfumes & Companhia
  5. Ricardo Chaves – CCO SIBS Pay Forward
  6. Ricardo Mexia – Médico Saúde Publica – Presidente da Associação Nacional de

Médicos de Saúde Pública.

  1. Ricardo Santos Silva – Dorae / Aethel Mining
  2. Ricardo Soares dos Reis, Neurologista
  3. RITA Rugeroni – Locutora Radio comercial
  4. Rodrigo Guimarães – Presidente Explorer
  5. Roman Stern – Grupo Martinhal, United Lisbon International School e Grupo Elegant
  1. Rui Paulo Rodrigues – Administrador Simoldes
  2. Rute Baeta Baptista Bigotte Vieira. Pediatra. Centro Hospitalar Universitário de Lisboa

Central.

  1. Samuel Tuati – Sócio da Eurogroup Consulting Portugal
  2. Sara Campos – Médica ULS Guarda – Direção Clínica da Unidade de Cuidados

Continuados da SCM Seia

  1. Sofia Ferreira, Oncologia Médica, IPO Lisboa e Faculdade Medicina de Lisboa
  2. Sofia Rita – Enfermeira especialista em enfermagem médica-cirurgia da ULS Baixo

Alentejo

  1. Tânia Soares – Enfermeiro especialista em Enfermagem médico cirúrgica
  2. Tiago Sousa Veloso – OM 48462, Especialista em Medicina Geral e Familiar, Assistente

Convidado FMUP.
144. Tim Vieira – Founder Escolhe Portugal, Presidente of CCILSA (Camara de comércio

Portugal África do Sul), CEO Brave Generation

  1. Vasco V. Mascarenhas – Médico Radiologista
  2. Vítor Neves – CEO da COLEP
  3. Vítor Sobral – Chef de Cozinha
  4. João Santos Marques – Economista
  5. Jorge B Sousa – Sócio Gerente Consulpav
  6. Paulo Cardoso do Amaral – Professor da Universidade Católica Portuguesa
  7. José Simão Cabral – Grupo Petrotec
  8. António Korn – Empresário e Presidente da CCPI (Câmara de Comércio Portugal –

Israel)

  1. João Castro – Presidente do Conselho de Administração da Visabeira Global
  2. Fernando Figueiredo Ribeiro – Economista
  3. Pedro Ferreira Malaquias – Advogado
  4. Jaime Baptista da Costa – Empresário, administrador de Lisgráfica SA
  5. Domingos de Mello Giraldes Pereira de Figueiredo – Empresário
  6. José Carmona Santos, CEO da volta a Portugal em bicicleta
  7. Rita Gonçalves – Responsável do Departamento de Fiscalização Sul, Brisa Gestão de

Infraestruturas