No meio de uma tragédia que tirou a vida a mais de 230 mil pessoas na Indonésia, a imagem daquela criança de sete anos, então descoberto por uma cadeia televisiva britânica no meio da ilha de Sumatra, acabou por tornar-se um símbolo de esperança para um país devastado por um tsunami sem precedentes. Com fome, sem ninguém à volta, tinha apenas uma camisola da Seleção Nacional, com o número 7 de Ronaldo. A sua vida, como a de milhares e milhares de famílias, tinha mudado mas estava prestes a mudar ainda mais, neste caso por boas razões.

Um ano depois da tragédia, Cristiano Ronaldo visitou a ilha e fez questão de estar com Martunis, numa relação que ainda hoje se mantém. O avançado português, que se prontificou a ajudar a criança e a família (pai e avó, que também sobreviveram ao tsunami) em tudo o que estivesse ao seu alcance, ajudou o indonésio nos estudos e esteve com ele em mais ocasiões, em Lisboa – a convite da Federação, que na altura doou também 40 mil euros para a reconstrução da cada onde vivia –, em Singapura e também em Itália, além de ter sido também uma espécie de “mentor” para que passasse algum tempo na Academia do Sporting, em Alcochete.

Cresceu, não vingou propriamente no futebol como gostaria, tornou-se um youtuber dedicado a acompanhar a carreira do capitão da Seleção Nacional e anunciou, agora com 22 anos, que irá casar em breve. No entanto, esse desejo está para já adiado. E a prioridade passa por ajudar quem mais precisa nesta pandemia.

Assim, Martunis anunciou na sua página oficial do Instagram que iria leiloar uma camisola do Real Madrid de Cristiano Ronaldo assinada pelo português (do ano de 2013), com uma base de licitação de quatro milhões de rupias, um pouco mais do que 230 euros. “Neste momento difícil, temos de nos apoiar. Vamos todos fazer os possíveis para ajudar”, acrescentou, numa mensagem que está a surtir efeito até ao momento.

Apesar de o leilão estar aberto até dia 17, sexta-feira, o indonésio anunciou que a base de licitação já chegou aos 25 milhões de rupias, cerca de 1.450 euros, e espera que o montante possa crescer ainda mais nos próximos dias para depois doar às famílias mais afetadas pela Covid-19, que tem já um total de 4.557 casos confirmados (mais 316 apenas nesta segunda-feira) e quase 400 mortes (399, 26 apenas nas últimas 24 horas).

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