Os presidentes da EDP e do Santander Portugal criticaram esta quarta-feira a burocracia da União Europeia e apontaram esta questão como um problema à implementação de apoios, nomeadamente as linhas de crédito.

Numa intervenção na webconferência “Liderança à prova”, organizada pelo Jornal de Negócios, Pedro Castro Almeida, presidente executivo do Santander recusou as críticas que têm sido apontadas aos bancos na disponibilização das linhas de crédito que o Governo lançou por causa da pandemia da covid-19.

“Estamos a aprovar as linhas de crédito em dois ou três dias, mas existem demasiados intervenientes e condicionalismos”, referiu, garantindo que a “burocracia de Bruxelas não ajuda”.

“Não precisamos de encontrar bodes expiatórios na banca. Temos que nos deixar de populismos e trabalhar todos em conjunto, Governo, bancos e empresas”, criticou Castro Almeida.

Também António Mexia, presidente da EDP, acredita que “a burocracia tem que desaparecer”, referindo que “a Europa está melhor esta semana do que na passada, como se vê pelo Eurogrupo. Mas toda a gente acha que ainda é curto e se a Europa não passa esse teste terá problemas em voltar a ser o que já foi”, referiu o gestor.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quanto ao pagamento de dividendos na EDP, António Mexia deixou a decisão aos acionistas, durante a assembleia-geral do grupo.

De acordo com o gestor, a elétrica está bem preparada em termos de liquidez para enfrentar a crise gerada pela pandemia, tendo já assegurado financiamento para este ano e uma grande parte do próximo.

Pedro Castro Almeida vincou ainda que a prioridade do Santander é proteger os mais de seis mil trabalhadores do banco, ao mesmo tempo que se mantêm balcões abertos e a funcionar.

“Alem dos médicos e enfermeiros há muitas outras profissões, como os bancários, que também são heróis e merecem ser reconhecidos como tal”, sublinhou.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.