O Brasil ultrapassou esta quinta-feira a barreira das 30 mil pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus, totalizando 30.425 casos confirmados e 1.924 óbitos desde o início da pandemia, informou o executivo. Nas últimas 24 horas, o país sul-americano registou 188 mortes e 2.105 novos casos de infeção. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de letalidade da Covid-19 subiu para 6,3%.

São Paulo continua a ser o estado brasileiro com maior número de casos confirmados, concentrando 853 mortos e 11.568 casos de infeção. Seguem-se os estados do Rio de Janeiro, que tem 3.944 casos confirmados da covid-19 e 300 óbitos, e o Ceará, que, apesar de ter o mesmo número de vítimas mortais registado no Amazonas (124), supera na quantidade de infetados, com 2.386.

Todas as 27 unidades federativas do Brasil (26 estados mais o Distrito Federal) têm agora óbitos associados à infeção pelo novo coronavírus.

“Atualmente, os estados do Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Roraima estão em estado de emergência, ou seja, precisam de redobrar os cuidados em relação à prevenção do coronavírus por estarem 50% acima da incidência nacional de casos de coronavírus”, indicou a Tutela da Saúde em comunicado.

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A estrutura do Ministério da Saúde brasileiro sofreu esta quinta-feira alterações, com o Presidente do país, Jair Bolsonaro, a demitir Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro, e a nomear o oncologista Nelson Teich para a assumir a função.

Bolsonaro demite ministro da Saúde ao fim de semanas de divergência

A exoneração veio confirmar o desencontro entre Mandetta e Bolsonaro, que se intensificou nas últimas semanas, com o agora ex-ministro da Saúde a reforçar, diariamente, a importância do isolamento social para travar a disseminação do novo coronavírus, enquanto o Presidente defende precisamente o contrário, chegando a sair para as ruas, para socializar com apoiantes.

O isolamento social é uma das medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para enfrentar a pandemia do coronavírus, mas com a qual Bolsonaro não concorda, porque temer consequências económicas.

“É direito [do Mandetta] defender o seu ponto de vista, como médico, e a questão do emprego não foi da forma como eu, como chefe do Executivo, achei que deveria ser tratada. Não condeno nem critico o ministro Mandetta. Ele fez aquilo que achava que deveria fazer”, disse Bolsonaro, com um semblante abatido e falando de forma pausada, diferente do seu estilo habitual, enquanto anunciava a exoneração.

Em conferência de imprensa na tarde de hoje, Mandetta garantiu que a equipa por ele montada e empossada em 2019 ajudará na transição para o novo governante, para evitar uma rutura na política contra a pandemia de Covid-19.

“Eu deixo este Ministério, mas sei que deixo a melhor equipa. Ajudem o próximo ministro como me ajudaram a mim. (…) A ciência é a luz e é através dela que vamos sair disto”, afirmou Mandetta aos jornalistas.

O anúncio da demissão de Mandetta provocou protestos ao som de panelas em diversas cidades do Brasil, segundo a imprensa local. As manifestações nas janelas têm sido comuns nas últimas semanas diante de atitudes e declarações de Bolsonaro face à pandemia do novo coronavírus.

Já o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, garantiu que “existe um alinhamento completo” com o chefe de Estado e que não haverá “qualquer definição brusca, radical” sobre o isolamento social, frisando que o importante é que haja uma “informação cada vez maior sobre o que acontece com as pessoas, com cada ação que é tomada”.

Teich foi responsável nos anos 1990 pela fundação do Centro de Oncologia Integrado (Grupo COI), onde trabalhou até 2018. De setembro do ano passado até janeiro deste ano, prestou orientações à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério da Saúde, segundo a imprensa local.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 140 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 450 mil doentes foram considerados curados.