O BE defendeu este domingo o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para que seja retomada a atividade programada que foi desmarcada durante a pandemia da covid-19, rejeitando que cirurgias e consultas sejam convencionadas com os grupos privados.

Numa declaração publicada nas redes sociais, o deputado do Bloco de Esquerda (BE) Moisés Ferreira afirmou que, durante a crise sanitária, “o país aprendeu que não se pode contar com o setor privado de saúde”.

“Alguns decidiram encerrar portas e, portanto, negar cuidados de saúde, outros disseram que só tratavam doentes se fossem mesmo muito bem pagos para isso”, criticou.

Isabel Vaz, a mulher que disse que melhor que o negócio da saúde só mesmo o das armas, falhou ao país. Ela e o seu grupo económico falharam ao país. Não podem vir agora criticar o SNS e os seus profissionais porque esses estiveram e estão lá, no combate à epidemia, todos os dias.Aprendemos que o país não pode contar com setor privado da saúde. E essa lição serve para o futuro. Quando começar a recuperação da atividade programada desmarcada ou a recuperação das listas de espera, sabemos que a resposta só pode estar no SNS. Reforço e investimento no SNS. O que nos salva em tempos de epidemia é também o que nos protege e dá direitos em tempos de normalidade.

Posted by Moisés Ferreira on Sunday, April 19, 2020

Moisés Ferreira defendeu que, “agora que a epidemia parece estar controlada do ponto vista sanitário, é preciso retomar muita da atividade programada que foi desmarcada”.

“Há muitas consultas de especialidade para fazer, há muitas cirurgias para retomar e aquilo que nós aprendemos é que deve ser o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fazer tudo isso”, defendeu.

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No entanto, o deputado antecipa que, nos próximos tempos, “existirão muitas pressões por parte dos grupos económicos que operam na área da saúde para que toda esta atividade programada seja convencionada e para que o SNS pague muitos milhões de euros para que os privados possam fazer esta atividade”.

“Aquilo que nós aprendemos é que a saúde não pode ser um negócio, e a saúde não pode estar nas mãos dos privados (…) O futuro em Portugal só pode ser o do reforço do SNS para retomar toda a atividade que foi desmarcada e para garantir que todas as pessoas têm acesso aos cuidados de saúde de que necessitam”, apelou.

O deputado bloquista repudiou ainda as declarações da presidente da Comissão Executiva da Luz Saúde, Isabel Vaz, que criticou a falta de preparação de muitas unidades públicas, em particular nos cuidados intensivos, em declarações ao Expresso.

“Ela e os grupos económicos que ela representa falharam à população e por isso não podem agora vir criticar o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais que estiveram lá todos os dias, no terreno, a apoiar a população”, acrescenta o deputado.