Numa carta aberta aos mais de 70 mil funcionários, distribuídos por mais de 35 países, o bilionário Richard Branson, dono das companhias aéreas Virgin Atlantic, (com sede no Reino Unido), e Virgin Australia, (sediada na Austrália), admitiu que as empresas precisam de apoio financeiro dos respetivos governos para fazer face à incerteza que a pandemia da Covid-19 provocou no setor da aviação. “A realidade desta crise sem precedentes é que muitas companhias aéreas no mundo precisam de financiamento dos governos e já várias o receberam. Sem esse apoio, não vai haver competição e centenas de milhares de postos de trabalho vão perder-se”, escreveu o empresário.

O grupo Virgin, além da Virgin Atlantic e da Virgin Australia, opera ainda em outros mercados que foram seriamente afetados pela pandemia, como é o caso da hotelaria e dos cruzeiros

Sem saber quando é que os aviões vão poder levantar voo, Branson contou aos seus colaboradores que já injetou 230 milhões de euros no grupo Virgin, porém o valor não é suficiente para manter as empresas a funcionar.  O desejo de manter as portas aberta é tal, que o empresário já se mostrou disponível para oferecer a sua ilha Necker, nas Caraíbas, como garantia e “conseguir o máximo de dinheiro possível ” para “manter o maior número de postos de trabalho.”

Evitar o colapso das empresas, segundo o bilionário, permitirá que a competição no mercado não desapareça, nomeadamente em relação aos dois maiores concorrentes: a British Airways e a Qantas. “Se a Virgin Australia desaparece, a Qantas vai passar a ter o monopólio dos céus australianos”, desabafou na carta enviada aos colaboradores. O problema relatado pelo empresário é comum a todo o setor da aviação.

Apesar do apelo, o fundador do grupo Virgin tem sido alvo de várias críticas. Isto porque Branson pede ajuda ao Governo britânico mas não paga impostos sobre os rendimentos pessoais no Reino Unido, uma vez que tem residência fiscal precisamente na ilha de Necker, nas Caraíbas.

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