A venda de computadores portáteis, tablets, desktops e impressoras disparou entre 13 e 19 de abril, levando a um aumento de 48% na venda de bens tecnológicos, face à mesma semana de 2019, revelam dados da GFK Portugal.

Depois da queda de 18% das vendas de bens tecnológicos entre 16 e 22 de março, semana em que foi decretado o estado de emergência em Portugal, por causa do surto do novo coronavírus, a retoma do consumo deste tipo de bens é registada no painel retalhista daquela empresa de estudos de mercado.

Esta empresa analisa semanalmente as vendas de mais de 2.500 pontos de venda, online e offline, de produtos de eletrónica de consumo, informática, grandes e pequenos domésticos, fotografia e telecomunicações.

Entre 13 e 19 de abril, e face à mesma semana do ano anterior, os retalhistas reportaram aumentos nas vendas de 481% de impressoras multifunções, de 351% de computadores portáteis, de 137% dos tablets e de 118% dos desktops.

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A razão deste aumento, segundo a empresa de estudos de mercado, é o isolamento social por causa da doença Covid-19, o ensino à distância e o teletrabalho.

“Algumas destas categorias tinham tido uma performance pouco significativa, no início do estado de emergência”, lembra a empresa, ressalvando que, na semana de 16 a 22 de março, “apenas a categoria das impressoras multifunções tinha um aumento substancial”, de 231%.

Apesar do consumo online ter aumentado significativamente face ao que era habitual, decresceu consideravelmente face ao período anterior, verificando-se uma maior disponibilidade para compras offline”, conclui a GFK Portugal.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 903 pessoas das 23.864 confirmadas como infetadas, e há 1.329 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo anunciou esta segunda-feira a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 1 a 3 de maio.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.