O líder do PSD vai recomeçar a ter agenda presencial já esta segunda-feira na área social, o que se insere na estratégia do partido para a nova situação de calamidade, em que as reuniões partidárias alargadas se manterão por videoconferência.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do PSD, José Silvano, explicou que o partido vai fazer “uma transição tímida e ténue” para este período de desconfinamento gradual, mantendo-se sem data marcada eleições pendentes no partido, como para o grupo parlamentar, a Juventude Social-Democrata ou em várias distritais.

Esta segunda-feira, Rui Rio recebe na sede do PSD, no Porto, o presidente da União das Misericórdias, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

De acordo com fonte oficial do partido, será na área social e da economia que o líder social-democrata irá retomar “aos poucos” a agenda presencial, depois de, durante o estado de emergência, ter feito todos os contactos partidários e com outras instituições por videoconferência e limitado as deslocações à participação nos plenários da Assembleia da República.

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Depois de, no período de emergência, a presença de funcionários na sede nacional do PSD se ter limitado praticamente à segurança do edifício, José Silvano explicou que, pelo menos até 18 de maio, o cenário se manterá.

Vamos fazer uma abertura muito ténue, respeitando as recomendações de que não haja reuniões com mais de dez pessoas, e, por isso, continuaremos a trabalhar pelo mesmo método de videoconferências em muitos casos”, explicou.

As audições presenciais que Rio irá promover não juntarão tantas pessoas e respeitarão sempre as normas definidas de higiene e distanciamento social, assegurou Silvano.

O Conselho Estratégico Nacional (CEN), órgão dinamizado pela atual direção, continuou a “ouvir peritos por videochamada” e já produziu documentos, com as primeiras propostas económicas do PSD, exemplificou.

Na terça, pelas 21h, vai decorrer a primeira conferência online do CEN, com o tema “Saúde e Economia: Que equilíbrio possível?”, contando com a participação do deputado Álvaro Almeida, do médico António Araújo e do médico e deputado Ricardo Baptista Leite, moderada por Ricardo Mexia (médico de saúde pública).

Esta conferência será transmitida no Facebook do PSD e insere-se nas celebrações do 46.º aniversário do partido, que já arrancaram e serão também totalmente online.

Desde sábado e até quarta-feira, o PSD quer recordar “a sua história nas redes sociais com vídeos históricos”, tendo já sido emitida uma mensagem em vídeo de José Silvano e terminando com outra de Rui Rio, a divulgar dia 6.

Também as reuniões da direção nacional com distritais e autarcas do PSD têm decorrido por videoconferência, situação que será reavaliada no dia 18 e apenas caso mudem as indicações de que será possível haver ajuntamentos com mais de 10 pessoas.

O que está e continuará interrompido são as eleições partidárias nas secções e distritos e as assembleias distritais e concelhias, porque juntam muita gente”, afirmou o secretário-geral

Por realizar está, por exemplo, a eleição do futuro líder da JSD – disputarão a sucessão de Margarida Balseiro Lopes os deputados Alexandre Poço e Sofia Matos -, que chegou a estar marcada para meados de abril, mas acabou por ter de ser adiada devido à pandemia de covid-19.

Também a eleição para a direção do grupo parlamentar – liderado por Rui Rio – ainda não tem data marcada, já que, explicou o secretário-geral, deverá ser feita quando todos os deputados voltarem a poder estar presentes em reuniões plenárias.

As eleições para a bancada chegaram a estar previstas para 19 de março – Rio tinha assegurado que deixaria o cargo depois do congresso e de concluir uma reorganização interna –, e o primeiro vice-presidente do grupo Adão Silva apresentou-se como o único candidato, mas foram também adiadas, uma vez que os plenários da Assembleia da República começaram a ter limites no número de deputados.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 245 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Em Portugal, morreram 1.043 pessoas das 25.282 confirmadas como infetadas, e há 1.689 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Portugal entrou no domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.