Na terça-feira, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, arriscou-se a dizer que uma redução no número de mortes por coronavírus seria “um sinal de que o pior já passou”. As declarações foram feitas antes da divulgação dos números pelo Ministério da Saúde do Brasil que confirmou 600 novas mortes em 24 horas, um número recorde no país. Esta quarta-feira, voltou a acontecer: 615 mortes e 10.503 infetados, um novo recorde diário de óbitos.
“Eu não sei se hoje [terça-feira] caiu o número de mortes, foi menor do que ontem, eu não sei ainda, mas, se foi, vai ser o sexto dia, se não me engano, consecutivo, de queda no número de mortes. É um sinal de que o pior já passou”, declarou Jair Bolsonaro aos jornalistas, tal como relata a Folha de São Paulo.
As esperanças do chefe de Estado brasileiro não se vieram a confirmar. Mais tarde, na noite de terça-feira, o ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou 6.935 novos casos de infeção e mais 600 novas mortes, o maior aumento num só dia desde o início da pandemia. No dia seguinte, quarta-feira, o país ultrapassou a barreira dos oito mil óbitos, contabilizando 8.536 vítimas mortais e 125.218 contágios.
Já o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério, Wanderson Oliveira, desvalorizou o recorde, dizendo que muitos casos eram de mortes anteriores que só teriam sido testadas mais tarde, ou cujos resultados demoraram a chegar ao sistema.
Entretanto, há mais um caso de infeção nos círculos do governo brasileiro. O porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, de 59 anos, testou positivo ao novo coronavírus e já se encontra em isolamento, apesar de não apresentar sintomatologia. Rego Barros junta-se aos mais de 20 membros do atual governo brasileiro a contrair Covid-19.
Porta-voz de Bolsonaro testa positivo para o novo coronavírus