O Eurogrupo vai discutir na sexta-feira as previsões económicas da Comissão Europeia, que antecipam uma contração recorde na zona euro em 2020 devido à Covid-19, e prosseguirá os trabalhos sobre a resposta económica à crise provocada pela pandemia.
Depois de várias videoconferências celebradas num formato alargado aos países que não têm a moeda única, para discutir as respostas de emergência às consequências socioeconómicas da Covid-19, os ministros das Finanças da zona euro voltam a reunir-se, ainda por videoconferência, no formato regular, a 19, com diversos pontos em agenda. Entre eles está a apresentação das conclusões da 11.ª missão de vigilância pós-programa realizada pela Comissão Europeia e Banco Central Europeu a Portugal, há já três meses.
Depois de terem chegado a um acordo, em 9 de abril passado, sobre um pacote de emergência num montante total de 540 mil milhões de euros para fazer face à crise provocada pela pandemia, entretanto aprovado pelo Conselho Europeu, o Eurogrupo tenciona na sexta-feira definir os termos exatos de uma das “redes de segurança” adotadas, a linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) para apoiar os Estados, o chamado instrumento de apoio à crise pandémica.
Em concreto, o fórum informal de ministros das Finanças da área do euro vai procurar definir os critérios de elegibilidade para recorrer a este instrumento do MME, através da quais os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção da covid-19.
O objetivo é que esta linha de crédito esteja operacional já em 1 de junho, tal como solicitaram os chefes de Estado e de Governo na última cimeira, recorda o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, numa publicação na sua conta oficial na rede social Twitter a dar conta da agenda de trabalhos para sexta-feira.
Os ministros irão também discutir os planos de relançamento da economia europeia no pós-pandemia, mas numa altura em que se aguarda ainda a apresentação da proposta, por parte da Comissão, do futuro fundo de recuperação, assim como a proposta revista do Quadro Financeiro Plurianual da União para 2021-2027.
As discussões de sexta-feira serão realizadas já à luz das primeiras projeções de Bruxelas sobre o impacto da pandemia da Covid-19 na economia europeia, divulgadas na quarta-feira, e que antecipam para este ano uma contração sem precedentes na zona euro, de 7,7% do Produto Interno Bruto, muito acima daquela verificada no auge da crise financeira (4,5% em 2009).
A videoconferência é dirigida desde Lisboa pelo presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, e tem início agendado para as 14h locais, 15h de Bruxelas.