A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, alertou este sábado que a União Europeia necessita de uma “solidariedade de facto”, que é mais “mais necessária do que nunca”. No dia da Europa e em que se comemoram 70 anos da declaração de Robert Schuman — momento fundador da comunidade europeia — Von der Leyen lembrou que esta “solidariedade foi posta à prova no início da pandemia”, que demonstrou que “virarmo-nos para dentro não é solução“. A solidariedade, diz a presidente da Comissão Europeia, não é “evidente” nem um “dado adquirido” e, por isso, deixa um aviso para os tempos que aí vêm: “Só podemos derrotar este vírus se assumirmos a responsabilidade uns pelos outros.”

Para Ursula Von der Leyen os Estados-membros têm de trabalhar em conjunto para “encontrar uma vacina”,  para que a “economia volte a encontrar o seu rumo” e para cumprir um dos desígnios do seu mandato: o Pacto Ecológico Europeu.

Com a Europa ainda a lamber as feridas da falta de solidariedade do início pandemia, Von der Leyen lembra que, mesmo nestes tempos difíceis, foi possível ver “paramédicos da Polónia e médicos da Roménia a salvar vidas em Itália, hospitais na República Checa a tratar doentes franceses, doentes em Itália serem levados de avião para clínicas da Alemanha, ou ver o Luxemburgo doar equipamento médico a Espanha”. Para a presidente da Comissão Europeia, “esta solidariedade tem de continuar”. Terminou a declaração com um desejo: “Longa vida à Europa”.

Leia aqui, na íntrega, o discurso da presidente da Comissão Europeia:

Há exatamente 70 anos uma declaração de menos de 10 minutos iria mudar o destino de um continente. A França, pela voz de Robert Schuman, estendeu a mão à Alemanha e a toda a Europa.

Schuman propôs um gesto de solidariedade.

Solidariedade — foi esta a sua palavra: uma “solidariedade de facto”.

Desde então, percorremos um longo caminho.

As nossas políticas vão da energia à educação, da agricultura à cultura, dos assuntos internos aos assuntos externos.

Se já alcançámos tantos progressos, o objetivo da solidariedade ainda é válido. Vou até mais longe: é mais válido do que nunca.

Esta solidariedade foi posta à prova no início da atual pandemia. Esta crise mostrou-nos que virarmo-nos para dentro não é a solução. E, a seguir, começámos a partilhar e a ajudar-nos mutuamente.

A solidariedade de facto.

Só podemos derrotar este vírus se assumirmos a responsabilidade uns pelos outros. Se trabalharmos em conjunto para encontra uma vacina. Se unirmos forçar para que a nossa economia volte a encontrar o seu rumo. Se protegermos o nosso planeta através do Pacto Ecológico Europeu.

Esta solidariedade não é evidente. Não é um dado adquirido. Exige esforço e compromisso de todos. Mas devemos este esforço aos nossos cidadãos. E às gerações futuras. Robert Schuman tinha toda a razão. Desejo-vos um Feliz Dia da Europa.

Longa vida à Europa. Viva a Europa”.

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